Catarata em cães: Principal responsável pela cegueira

catarata em cães

A catarata em cães se caracteriza como uma doença que se desenvolve em uma lente ocular denominada cristalino. Ela age alterando sua nitidez e diminuindo ou perdendo a sua transparência. Com isso, a  perda impede ou dificulta a entrada da luz até a retina.  

Inicialmente, ela traz dificuldade de focalização principalmente de cores, fazendo com o que o olho  veja tudo em tons desbotados. Geralmente, a catarata é resultante de um dano bioquímico ocasionado pela entrada reduzida de oxigênio e maior entrada de água no cristalino levando à perda da transparência.

Esse quadro danifica a visão gradativamente podendo levar à cegueira com o tempo, caso não seja tratada. Quer saber mais sobre esse assunto? Continue com a gente e saiba como identificar os problemas e quais medidas podem ser adotadas.

Causas da catarata em cães

A catarata em cães pode ter diversas causas, sendo que a principal é hereditária e pode causar cegueira entre 1 a 4 anos de idade. Assim, podemos também citar algumas das causas mais comuns da doença nos animais, como: 

  • Associadas a doenças sistêmicas, como o diabetes mellitus a hipocalcemia e a hipercupremia; 
  • Associadas a causas congênitas que podem começar durante a vida fetal como nas infecções uterinas; 
  • Problemas induzidos por drogas (naftaleno, disofenol, cetoconazol, contraceptivos orais à base de progesterona, diazoxida, fenilpiperazina, diniltrofenol, dimetilsulfoxido, inibidores de hidroximetilglurail-coenzima A redutase, corticóides, clorpromazina, bulsulfano, alopourinol);
  • As geradas por deficiências dietéticas são raras, mas podem ocorrer em filhotes alimentados com sucedâneos; 
  • As senis (animais acima de 6 anos) tem aumentado consideravelmente devido ao aumento do tempo de vida dos animais domésticos; 
  • As provocadas por inflamações (uveítes);
  • As secundárias à radiação (radioterapia para neoplasias, radiações ionizantes, choque elétrico).

Classificações da catarata em cães

A catarata em cães pode ser classificada de várias formas, e é isto que definirá a técnica utilizada na cirurgia. A catarata é disposta de acordo com: 

  • Consistência (dura, macia, mole); 
  • Tempo de desenvolvimento (embrionário, congênito, juvenil, senil, adquirido); 
  • Aparência (negra, estrelada, piramidal, sutural, coraliforme, cuniforme, discóide, floriforme, lanciforme, membranosa, coronária); 
  • Posição dentro da lente (nuclear, subcapsular anterior e posterior, axial, polar posterior, lamelar, equatorial, cortical periférica e posterior); 
  • Etiologia (tóxica, radiação, diabética, secundária, pós-traumática, elétrica e galactosênica)  
  • Ede desenvolvimento (incipiente, imatura, madura, hipermadura).

Cirurgia para catarata

Os olhos dos cães são mais difíceis de operar que os de humanos por terem uma íris resistente a midríase farmacológica. Com isso, há uma  tendência de sangrar com muita facilidade com a mínima manipulação. Além de uma produção grande de fibrina tanto durante o ato cirúrgico quanto no pós-operatório.

Como em qualquer procedimento cirúrgico, e em especial por causa de possíveis complicações, é de muita importância o conhecimento prévio e detalhado da anatomia do olho,o que justifica a presença de um Médico Veterinário Oftálmico.

Portanto, ele faz a seleção do paciente observando o exame clínico geral, exame clínico de fundo de olho e histórico de outras enfermidades oftálmicas do animal. Como por exemplo, os sistêmicos, por deficiência alimentar ou traumas.

Após a avaliação do animal,  é preciso orientar o tutor de que é preciso cuidado especial com o animal. Além disso, é preciso seguir todas as instruções à risca indicadas para esse tipo de procedimento no pré e no pós operatório. Sobretudo, a aplicação de terapias farmacológicas para auxiliar em uma midríase (dilatação da pupila)  adequada, antibióticos e colírios será bem-sucedida.

É importante lembrar que a cirurgia só é recomendada em casos extremos de perda funcional da visão. Já que é uma cirurgia delicada com um pós-operatório complicado.

Entretanto, um processo fundamental no pré-operatório é a medição da pressão intra-ocular. Sendo que uma baixa pressão pode apontar uma uveíte. Já a pressão elevada contraindica a cirurgia.

Alguns fármacos podem ser conciliados antes da cirurgia, de um a dois dias. Portanto, com a finalidade de aumentar seu sucesso são as midriáticas e para sua potencialização drogas simpatomiméticas. Entretanto, é necessário ter  cuidado com outros efeitos desencadeados pelo uso dessas drogas.

Não há dúvidas de que é de extrema importância que o médico veterinário esteja apto para atuar durante uma cirurgia. Porém, os medicamentos devem passar por uma avaliação do anestesista para classificar o estado de saúde do animal. 

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Como lidar com cegueira causada por catarata em cães 

Quando a cirurgia não pode ser feita ou não resulta em melhora. Então, o animal terá que acostumar-se com a doença e ser acompanhado por um especialista para o resto da vida.

Afinal,  algumas modificações oculares podem aparecer como glaucoma, inflamação ocular, luxação (deslocamento) da lente. Diante disso, é necessário garantir para ele boas condições de vida, pois a predisposição é que o animal perca progressivamente a visão.

Porém, esta perda de visão pode ocorrer em períodos muito diferentes, às vezes rapidamente e às vezes lentamente, dependendo da sua causa ou evolução.

Durante o tempo em que ele estiver se adaptando a essa modificação, aproveite para fazer uns ajustes em casa: 

  • evite móveis muito próximos, 
  • evite mudança da posição de cada mobília,  
  • coloque protetores nas quinas das mobílias, 
  • instale redes nas janelas e 
  • isole áreas com piscinas e escadas. 

Além disso, manter o pote de água, de comida e o local das necessidades dele no mesmo lugar, ajudará no reconhecimento do ambiente.

Vale ressaltar que o tutor deve seguir à risca todas as orientações do médico veterinário. Isto irá auxiliar o animal a viver mais e melhor, ainda que seus olhos não sejam tão eficazes quanto antes.

Para saber se o seu cão tem catarata é bom observar a pupila. Pois, quando ela se encontra em grau mais avançado é visível à mudança da sua cor. Ela aparece num tom azulado ou branco. Quando o animal está com catarata ele poderá trombar com objetos ou ter medo de descer escadas.

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Fonte: DotPet



Atualizado em: 22 de janeiro de 2021

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