Cortisol, hormônio presente no organismo, mais elevado em situações de estresse, pode prejudicar ovelhas, no que se refere à habilidade materna. Estudos realizados na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, em Pirassununga, mostram que ovelhas com boas habilidades maternas apresentam níveis gerais mais baixos desse hormônio no sangue..
A atenção e o cuidado que as mães dispensam ao filhote, logo após o parto, determinam essas boas habilidades. Isso interfere, diretamente, na produção: quanto menor for o tempo até a primeira mamada, quando o filhote ingerir o colostro (primeiro leite produzido após o nascimento), maiores as chances de o filhote crescer saudável, com maior resistência às doenças e obter mais ganho de peso, ao longo de sua vida.
Foi a partir de observações do comportamento de ovelhas (da raça Santa Inês) e seus filhotes, durante o parto, e em outras situações de estresse, como no desmame e na ordenha, que os pesquisadores relacionaram esses comportamentos com os níveis de cortisol das mães.
Segundo o professor João Negrão, o estresse faz parte do processo de adaptação e evolução de todos os animais. “Sem estresse não haveria possibilidades de o filhote se habituar à vida extrauterina. Já na ovelha, o estresse do parto é uma resposta fisiológica para que ela fique preparada para cuidar do filhote”, conta.
Ainda de acordo com o professor, quando a ovelha não está estressada, o nível de cortisol é constante. Mas em situações de estresse, como o próprio parto, a ordenha e a vacinação, os níveis de cortisol aumentam. No caso das ovelhas com boas habilidades maternas, esses níveis de cortisol são sempre mais baixos, em comparação com as ovelhas cujas habilidades maternas estão comprometidas. “O cortisol da mãe influencia no número de vezes e no tempo em que o cordeiro mama”, destaca o professor.
Ele afirma ser difícil determinar as habilidades maternas da ovelha, antes do primeiro parto, e que, na primeira cria, a fêmea sempre tem dificuldades, por ser uma experiência nova para ela .Ele conta, ainda, que há testes comportamentais para indicar se um animal é mais agitado ou calmo, mas que não há uma correlação precisa entre esses fatores, com as habilidades maternas.
Fonte: Rural Pecuária
Adaptação: Revista Veterinária
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