Não é novidade que os pequenos animais como cães e gatos precisam de cuidados especiais. Assim como os humanos, sentem fome, dor e estão sujeitos a diversos tipos de doenças. Uma dessas enfermidades é o linfoma canino, que, com a ajuda da ultrassonografia veterinária, pode ser diagnosticado e tratado.
Nesse artigo, explicaremos o importante papel da ultrassonografia no diagnóstico dessa doença, além de explicar o que é o linfoma canino, quais são os seus tipos, quais são os mais comuns e como são feitos os diagnósticos e os tratamentos.
O que é o linfoma canino?
O linfoma canino é o nome dado à multiplicação descontrolada de células do sistema linfático, como os glóbulos brancos (os linfócitos), em órgãos como baço, linfonodos e fígado, que fazem parte do sistema imune. Sua ocorrência se dá, com mais frequência, em cães entre a meia idade e cães já idosos (entre 5 e 11 anos), ou em animais que estejam geneticamente predispostos a apresentar esse tipo de doença.
Além da faixa etária e dos fatores genéticos, questões como a exposição ao sol ou a produtos químicos, sobretudo os que são derivados do petróleo ou os pesticidas, também podem ser responsáveis pelo surgimento dessa enfermidade. Além desses o contato constante com a poluição do ar também é apontada como uma possível causa para o aparecimento dos linfomas em cães.
Outra importante característica que influencia no aparecimento do linfoma canino é a raça do animal. Cães de maior porte, como os Basset Houds, Pastores Alemães, Boxers ou Rottweilers, têm uma maior tendência a desenvolver a doença.
Tipos de linfoma canino
De acordo com sua localização e com os órgãos que acomete, os linfomas caninos podem ser classificados em diferentes categorias. A seguir, listamos os principais tipos de linfomas caninos presentes no atendimentos de oncologia veterinária:
- Multicêntrico: é a forma mais comum da doença. É caracterizado pelo acometimento dos linfonodos (gânglios), podendo chegar ao fígado, baço e até à medula óssea. Pode ser reconhecido por meio do inchaço dos gânglios linfáticos mais superficiais, como axilas e mandíbula, por exemplo.
- Alimentar: recebe esse nome pois acomete o trato gastrointestinal do animal ou os linfonodos mesentéricos, próximos ao apêndice, podendo ser encontrado ao longo dos órgãos desse sistema.
- Mediastinal: é o nome dado à forma da doença que é encontrada no tórax dos animais, e pode chegar ao timo e aos linfonodos torácicos.
- Cutâneo: é o que aparece na pele do animal, e pode se manifestar por meio de nódulos com algum tipo de ulceração.
- Extranodal: essa categoria de linfoma canino engloba o aparecimento dos linfomas em outros locais, em qualquer tecido corporal (coração, testículos, olhos, nariz etc.)
Sinais clínicos
Os sinais clínicos do linfoma canino variam de acordo com a localização, ou seja, com o órgão onde este é encontrado. No caso do linfoma multicêntrico, os cães com a doença podem apresentar: linfadenomegalia (aumento de gânglios linfáticos), anorexia, desidratação, febre e afetação hepática, que pode levar a icterícia. Quanto à forma alimentar do linfoma canino, os sinais clínicos mais comuns são: vômito, perda de peso e diarreia. Os linfomas mediastinais podem causar tosse, falta de ar, intolerância a exercícios. O animal acometido pelo linfoma canino cutâneo pode apresentar lesões na pele, dermatite, úlceras e alopecia. Já os linfomas extranodais causam sinais clínicos muito variados, relativos aos órgãos onde são encontrados.
Mesmo que a enfermidade possa apresentar sinais clínicos muito variados, é necessária uma atenção especial para os casos de suspeitas de linfoma canino. O animal que apresentar cansaço, vômitos, emagrecimento ou nódulos visíveis, sobretudo perto da região do pescoço, precisa do atendimento veterinário o mais rápido possível. Essas características podem ser indicativos de que o animal pode estar desenvolvendo a doença.
Diagnóstico e tratamento para o linfoma canino
O diagnóstico do linfoma canino pode ser feito por meio de exames clínicos, radiografias e ultrassonografias, além de exames laboratoriais de sangue, cálcio ou urina. Além disso, para a confirmação do diagnóstico são realizadas biópsias dos locais afetados pela doença ou, ainda, o exame de CAAF, que é a citologia aspirativa por agulha fina, um processo de retirada de algumas células de nódulos palpáveis.
O tratamento pode ser realizado a partir da retirada dos nódulos, mas, na maior parte dos casos, o tratamento mais indicado é a quimioterapia.Isso porque, normalmente, esse método resulta em uma alta taxa de remissão da doença. Nessa situação, são administradas aos animais as mesmas medicações usadas no tratamento quimioterápico humano, mas em menor quantidade.
A ultrassonografia como ferramenta na clínica de pequenos
Nessa fase, o domínio das técnicas de ultrassonografia é primordial aos veterinários, clínicos e aos que se interessam pelos animais de pequeno porte. São exames que apresentam resultados essenciais e que são mais acessíveis, principalmente quando comparados a tomografias ou ressonâncias magnéticas.
Com o auxílio do ultrassom, é possível localizar lesões nos órgãos internos, ou algum tipo de organomegalia, e direcionar exames como a CAAF e a biópsia, fornecendo informações significativas sobre o linfoma e outras doenças. Reconhecendo variações nas imagens ultrassonográficas, diagnosticar possíveis linfomas caninos e outras doenças se torna mais simples. O ultrassom veterinário ainda permite a visualização da localização exata do tumor, o desenvolvimento e ainda, com auxílio do efeito doppler, permite que o médico veterinário observe alterações na irrigação sanguínea, que, em estágios iniciais da doença pode ser um indicativo de anomalia. Dessa forma, o diagnóstico precoce pode representar aumento da qualidade de vida do animal, assim como maior possibilidade de sobrevida.
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Fonte: Pubvet, Oncocane, Affinity Petcare, Hospital da Luz, Shop Veterinário