As técnicas de reprodução assistida nos equinos estão em constante desenvolvimento à medida que a equinocultura vem crescendo no país, se tornando um diferencial para médicos veterinários. Entre as técnicas, a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) tem ganhado destaque.
A ICSI é uma biotecnologia de reprodução assistida que consiste na introdução de um único espermatozoide no interior do citoplasma do oócito maturado in vitro após sua recuperação na égua doadora. O procedimento geralmente é realizado por Aspiração Folicular Transvaginal Guiado por Ultrassom in vivo ou coleta com aspiração folicular post mortem.
O uso desse método requer amplo conhecimento em reprodução, mas a sua escolha traz diversos benefícios ao animal e aos resultados esperados. Ao longo deste artigo explicaremos como a ICSI é realizada e onde essa tecnologia pode fazer diferença. Boa leitura!
Como a ICSI funciona?
Conhecida por sua utilização quando há dificuldade de reprodução natural e/ou quando o sêmen é muito caro, a fertilização in vitro (FIV) já é uma técnica familiar para o veterinário de reprodução animal. Com ela, os criadores optam por otimizar o processo.
Por mais que alguns profissionais acreditem no contrário, o surgimento da ICSI não tem como objetivo substituir as técnicas convencionais. Ela atua como uma ferramenta a mais, um suporte a mais para o veterinário ou para o criador para ajudar a resolver problemas de animais que não respondem a técnicas convencionais. Além disso, ela tem um custo mais baixo.
A injeção intracitoplasmática de espermatozoides ocorre em quatro etapas. Primeiramente é realizada a aspiração folicular das éguas, recuperando os óvulos. Por ser classificada como um método pouco invasivo, este tipo de aspiração por ultrassom pode ser realizado diversas vezes na mesma égua, com período de 15 dias entre os procedimentos e não afeta sua fertilidade.
A segunda etapa do processo é a maturação in vitro, ou seja, o preparo do óvulo até o ponto de fertilização. No terceiro momento, os óvulos maduros recebem uma injeção de um único espermatozoide, dando a eles o potencial de se transformar em embriões, o que ocorre em até 8 dias. Na última etapa, a porcentagem final de embriões produzidos é de 20%.
Os espermatozoides usados para a ICSI podem ser frescos ou congelados-descongelados. Não são observadas diferenças significativas no desenvolvimento embrionário entre esses tipos de sêmen.
Onde a ICSI pode fazer diferença
Além do custo inferior, a aplicação dos métodos da ICSI pode fazer diferença em diversas situações. Por exemplo, com ela é possível utilizar garanhões subférteis, com degeneração testicular devido à idade ou aqueles que vieram a óbito e tem amostras limitadas de sêmen congelado. Essa é uma grande vantagem para os criadores de equinos, já que não há perdas da capacidade reprodutiva dos animais.
Outro benefício em utilizar a ICSI é que na inseminação artificial convencional, são necessários um mínimo de 150 milhões de espermatozoides viáveis, enquanto na ICSI apenas um é necessário. Esta técnica tem a vantagem de permitir a produção de gestações utilizando um sêmen de baixa qualidade, ou raro, ou ainda de alto custo.
Quando comparado à fertilização in vitro (FIV) os resultados mostram a eficiência da ICSI sobre a FIV mesmo relacionando pontos de vista diferentes, como, por exemplo, a obtenção de pró-núcleo ou clivagem, as diferenças do cumulus dos produtos e a taxa de penetração do espermatozoide.
Trabalhe com reprodução equina e se diferencie no mercado
Com tantos benefícios e o aumento da procura pela indústria brasileira, a reprodução em equinos pode ser um diferencial na carreira de um médico veterinário. Segundo a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/Universidade de São Paulo, em 2018, a área movimentou cerca de R$16,5 bilhões com o emprego direto de 3,2 milhões de pessoas.
Entretanto, se tornar um especialista requer estudos e aplicação das técnicas aliadas ao conhecimento. Saiba como adquirir todo o entendimento necessário com o pacote de cursos em reprodução equina.
Fontes: EBC, ATP Medicina Veterinária, Rural Pecuária, Cruz. Tairini Erica da.