No Brasil tem se intensificado a prática de cirurgias plásticas em equinos e bovinos para a correção de problemas funcionais e estéticos, que podem ser decorrentes de traumatismos ou de causa congênita. Com a divulgação e evolução da técnica operatória, seu custo tende a reduzir, tornando viável o tratamento para praticamente todos os tipos de grandes animais.
Nos traumatismos onde ocorre cicatrização natural, o que na maioria das vezes ocorre nos membros e sem o tratamento cirúrgico adequado, pode deixar uma cicatriz exuberante, semelhante à queloide em humanos, são os que mais utilizam das cirurgias plásticas ou corretivas, neste caso ela serve de reparação.
O médico veterinário, José Bráulio Florentino Júnior, explica que o excesso de tecido é retirado para que o local afetado fique semelhante ao lado normal, corrigindo a estética e a funcionalidade, pois a formação de cicatrizes extensas e espessas pode resultar em prejuízos ao movimento pleno do membro. Isso ocorre em razão da aderência de estruturas internas (tendões e músculos) à cicatriz. Caso haja formação de grandes áreas sem pelo, é necessário também tracionar a pele para o local desejado. Dependendo da gravidade, pode ser necessário um implante autógeno. Retira-se pele do peito ou das costelas do próprio animal para ser implantada na área afetada, com sensível melhora estética.
Em equinos é comum a ocorrência de orelha quebrada, que pode ser um defeito provocado por carrapatos, bicheiras ou lesões traumáticas. O uso da técnica cirúrgica pode corrigir o problema. O procedimento consiste na remoção do tecido cicatrizado e aproximação da cartilagem para deixar o local o mais próximo possível do normal.
Para proteger o local em alguns casos é necessário colocar uma armação, possibilitando que a cicatrização aconteça do modo desejado e no lugar do ponto de quebra da cartilagem uma tela de silicone para ajudar na fixação. De acordo com o veterinário, outro procedimento possível é levantar a orelha caída. Para isso traciona-se a musculatura para colocá-la na posição desejada.
A cirurgia de descorna cosmética é outro exemplo, ela possibilita a retirada de chifres para melhorar a estética do animal. Devido a problemas de fraturas muitas vezes é inevitável à retirada do chifre, mas quando se elimina um chifre doente é preciso retirar o outro para conservar a simetria.
No campo ainda é comum à realização de descorna por práticos, o recomendado é que esta seja realizada por veterinário, pois se trata de um procedimento de risco.
Fonte: Revista Globo Rural
Adaptação: Revista Veterinária
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