Problemas dermatológicos em pequenos animais

A dermatologia veterinária é uma das áreas específicas de um Médico Veterinário, sendo esta uma das mais praticadas em clinicas de animais de pequeno porte, não apenas pelo fato de haver maior frequência de dermatites, o qual representa cerca de 40% das consultas do profissional, incluindo cães e gatos.  Os principais problemas dermatológicos dos cães são as dermatites alérgicas, as dermatites parasitárias (sarnas), as micoses superficiais e as piodermites e as dermatoses.

 As dermatites atópica (alergias) ocasionada por picadas de pulgas, isto ocorre devido às condições climáticas favoráveis a procriação deste inseto. Atualmente existem várias maneiras de controlar esse problema, desde “anticoncepcionais para pulgas”, dados ao cão e ao gato por via oral, até inseticidas dotados de prolongada ação residuais. Alergia por picadas de carrapatos e/ou trofoalérgicas.

As dermatites parasitárias são causadas por parasitas, como leishmaniose e sarnas transmissíveis. A sarna como a escabiose, é transmissível a outros animais e ao homem, a sarna negra ou demodécica e transmitida apenas da mãe para os filhotes nas primeiras horas de vida, esta causa lesões geralmente mais graves que a escabiose, ela pode ser controlada, mas não curada totalmente.

As micoses superficiais são mais frequentes em cães e gatos jovens e são adquiridas através do contato com a terra, fômites contaminados (pentes, toalhas, tapetes) e com outros animais. Elas são potencialmente transmissíveis ao homem.

 As piodermites (infecções bacterianas da pele) que são muitas vezes confundidas com a micose, além de diagnosticar e tratar a piodermite é fundamental que se investigue as suas causas a fim de evitar que ela reapareça.

A dermatose é o termo usado genericamente para descrever problemas relacionados às alterações da pele e pelagem. O diagnóstico preciso, ou seja, o conhecimento da causa de uma dermatose é fundamental para a indicação do tratamento correto e, como consequência, o sucesso da cura.

 Podemos destacar as principais dermatoses:

– As relacionadas às carências nutricionais, como exemplo a falta do mineral Zinco; de vitaminas A, D, E; do complexo B; Ácido Oleico e Linóleo.

– Outras devido à mudança do Ph da pele e consequentemente baixa da resistência cutânea, muitas vezes causada por banhos excessivos e com produtos inadequados.

– As dermatites de contato são causadas pela exposição direta da pele com materiais de natureza variada como os orgânicos (vegetais, urinas, etc.) e os sintéticos (produtos de limpeza à base de amoníaco, solventes, varsol, removedores, cresóis, fenóis, etc…) ou mesmo contato direto com material plástico das vasilhas, bebedouros, tapetes e carpetes, sintéticos, etc…

– As de natureza psicossomáticas comuns em animais confinados e estressados.

– As dermatites de contagio como parasitárias, bacterianas, fúngicas e virais.

– As decorrentes de problemas metabólicos como a uremia e diabetes.

– As de etiologia (causas) mais complexas, geralmente hereditárias, como pênfigo, Lupus, Ectiose, etc…

– As relacionadas com deficiência imunológica como a Atópia canina, Demodicose, Estaphilococose, etc.

– As de origem hormonal causadas pelos desequilíbrios hormonais relativos às disfunções ovarianas, testiculares, das glândulas adenais.

 Os métodos de diagnóstico variam desde a observação clínica dos sintomas a exames laboratoriais altamente sofisticados. Podemos destacar os seguintes:

– Raspados de pele/pelos com observação microscópio, meios de cultura para bactérias e fungos.

– Biópsia de pele para exame histopatológico.

– Teste da lâmpada de Wood( para fungos-micoses).

– Teste intradérmico para diagnostico alérgico (inocula-se várias substâncias para testar a sensibilidade do animal).

– Rast test (teste de alergia usando-se uma amostra de sangue).

– Exames de bioquímica do sangue.

Devido a essa enorme complexidade, é fundamental a presença do profissional especializado e atualizado com as mais recentes descobertas científicas. O uso de imunoterapia(vacina) nas dermatoses de caráter sistêmico, apresenta o grande beneficio de não ter efeitos colaterais nocivos ao organismo visando o tratamento curativo, e não o sintomático.

A melhor forma de prevenir a maioria dos problemas de pele dos cães se dá através da escovação diária do pelo e de banhos cuja frequência ideal (semanal, quinzenal ou mensal) depende do tipo de pelagem, das condições climáticas e de manejo nas quais o animal é criado. Já os gatos, extremamente asseados, dispensam os banhos frequentes, exceto quando apresentam dermatites, a exemplo da sarna, da micose e das piodermites.

Fonte: Web Animal

Adaptação: Revista Veterinária


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Atualizado em: 27 de novembro de 2012