Uma criadora do cavalo quarto de milha relatou que está tendo dificuldades no manejo dos cavalos garanhões. De acordo com a criadora os cavalos ficam em baias limpas, de 4 x 4 metros e fechadas apenas no lado de divisão entre os animais. Embora sejam levados diariamente para caminhar e fazer exercícios e, a cada três meses, receba pasta de verme, os cavalos comem as próprias fezes. A dúvida da criadora é de como interromper esse estranho hábito.
A consultora Sandra Aparecida Santos, pesquisadora da Embrapa Pantanal, explica que o ato de comer outros materiais que não sejam alimentos é conhecido como “pica” ou apetite depravado. No caso de ingestão de fezes, muito comum em cavalos estabulados, o nome dado é coprofagia.
Com a permanência deles em estábulos pode provocar alguns distúrbios comportamentais, pois o hábito natural dos equinos é viver em grandes áreas de pastagens ou campos. Tédio, solidão, manejo inadequado, estresse e deficiência nutricional são alguns dos fatores que podem levar os animais a agirem de maneira diferente.
A consultora recomenda avaliar se a dieta do equino está equilibrada consultando um zootecnista ou médico veterinário local, apesar de o tédio ser mais frequente em cavalos estabulados.
Uma recomendação é deixar o cavalo ter acesso ao pasto por mais tempo, isto pode ajudar no controle do hábito indesejado. Se não for possível, disponibilize ração balanceada e feno (volumoso) várias vezes ao dia, na quantidade e qualidade recomendada, de modo que o animal fique ocupado alimentando-se sem muito tempo para sentir-se entediado. Vale lembrar que, enquanto para cavalos adultos comer fezes é um problema, para potros o ato é importante para o estabelecimento da flora bacteriana.
Fonte: Revista Globo Rural
Adaptação: Revista Veterinária
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