O camelo-bactriano (Camelus bactrianus), animal emblemático dos desertos da Mongólia e que corre risco de desaparecer da natureza teve seu DNA decifrado por uma equipe de pesquisadores chineses. O anúncio foi feita na terça-feira (13/11) a decifração foi considerado um passo fundamental para conhecer o metabolismo deste animal.
Publicado na revista “Nature Communications”, o estudo foi feito por geneticistas da Universidade de Jiatong, em Xangai. Eles analisaram o genoma dos camelos-bactrianos e viram que esses animais possuem 28.821 codificados, sendo que 2.730 desses genes evoluem mais rapidamente se comparado ao de outros animais ruminantes.
O camelo-bactriano desenvolveu a capacidade de sobreviver muito mais tempo sem comida e água, armazenando gordura em seu abdômen e nas duas corcovas, para se adaptar às condições do Deserto de Gobi, que encobre parte da China e da Mongólia e registra temperaturas extremas.
O organismo desta espécie é muito resistente sendo capaz de suportar uma temperatura interna que oscila entre 34 ºC e 41 °C ao longo do dia, seu nível de açúcar no sangue é duas vezes mais elevado que nos demais ruminantes e ele pode consumir oito vezes mais sal, sem sofrer de diabetes ou hipertensão.
Numerosos genes envolvidos nos mecanismos do diabetes tipo 2 e da insulina, foram descobertos pelos geneticistas no DNA do camelo, encontraram também onze cópias do gene CYP2J, relacionado à tensão arterial e a uma alimentação muito salgada. O cavalo e o homem têm apenas um exemplar deste gene.
Os pesquisadores também identificaram neste animal uma série de genes que poderão explicar a presença de anticorpos de alta eficiência: uma forma de imunoglobulina, menor e mais estável, que apenas os camelídeos possuem.
Fonte: G1
Adaptação: Revista Veterinária
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