A saúde bucal está intimamente relacionada com a saúde geral. Assim, um animal que não tem uma boa saúde bucal terá a sua saúde geral comprometida, o que significa menos anos de vida. Daí as visitas regulares ao Médico Veterinário e um programa de cuidados bucais em casa serem de extrema importância para a saúde dos animais.
Portanto, este é um assunto sério, onde há necessidade de mudar o conceito de que “É normal animal ter bafo…”. O mau hálito é decorrente, dentre outras causas, da Placa Bacteriana que se acumula sobre os dentes. A Placa é composta por proteínas, células mortas e de descamação, saliva, restos de alimentos e principalmente BACTÉRIAS, que através do processo de fermentação produzem substâncias que são responsáveis por este terrível mau cheiro (o bafo). Além disso, essas substâncias agridem o Periodonto (estruturas que estão ao redor dos dentes, sendo responsáveis por sua proteção e sustentação) caracterizando o que chamamos de DOENÇA PERIODONTAL.
Na Doença Periodontal, inicialmente há inflamação da gengiva (dor, vermelhidão, inchaço e sangramento) e, posteriormente, perda do dente devido ao comprometimento de sua sustentação (reabsorção óssea e retração da gengiva). Muito pior que a perda dos dentes é a possibilidade de as bactérias entrarem na corrente sanguínea, causando danos muitas vezes irreversíveis em órgãos vitais, como coração, fígado e rins, comprometendo assim a saúde do animal.
O tártaro nada mais é do que a Placa Bacteriana mineralizada pelos sais presentes na saliva. A sua presença deixa a superfície dos dentes irregular, facilitando o acúmulo de mais Placa, e agravando a doença.
Infelizmente a Doença Periodontal não tem cura, e afeta cerca de 80% dos cães e gatos adultos. Porém, pode ser controlada. Isto só é possível através do acompanhamento constante pelo Médico Veterinário, e de um programa de higiene bucal em casa. Dessa forma garante-se a saúde bucal que, aliada às demais medidas preventivas citadas, proporciona a saúde como um todo do animal.
A persistência dos dentes decíduos (de leite) após 7 meses de idade no cão e 6 meses no gato também é muito frequente, e leva a problemas de oclusão (dentes mal posicionados, desgaste dos dentes, traumas na gengiva) e predispõe ao aparecimento precoce da Doença Periodontal. Uma regra básica para se evitar maiores problemas é que, quando o dente permanente começar a erupcionar, o dente de leite já deve ter sido esfoliado ou estar abalado. Caso não exista essa condição, o dente de leite em questão deverá ser extraído imediatamente, evitando que o dente definitivo “nasça torto” e que ocorra acúmulo precoce de Placa entre os dentes (o de leite e o permanente).
Além do tratamento Periodontal e Endodôntico, podemos citar outras intervenções, como aparrelhos ortodônticos (correção da má oclusão), osteossínteses (correção das fraturas de mandíbula e maxila), ressecção de massas tumorais (aumento de volume na cavidade oral), restauração dos dentes (cáries), próteses (fraturas e perda dos dentes), implantes (perda e/ou ausência dos dentes) e outros. Os problemas que acometem a cavidade oral dos pets podem ser tratados se diagnosticados precocemente e corretamente.
Fonte: Web Animal
Adaptação: Revista Veterinária
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