A termoterapia é uma atividade com a utilização de baixas ou altas temperaturas, com o objetivo de causar modificações fisiológicas no tecido lesionado para atenuar seus efeitos. Essa terapia pode ser empregada em diversos casos, sendo mais comum em processos dolorosos, traumáticos e inflamatórios.
Crioterapia é a denominação para terapias pela administração local do frio. Esta é mais indicada durante a fase aguda de uma infecção e no pós-operatório imediato, que é determinado por um período de tempo de até 72 horas, não excluindo a sua utilização após esse período caso o médico ache necessário.
Após uma cirurgia ou até um trauma, a região lesionada se encontra em um estágio de alto metabolismo para tentar de alguma maneira reparar o problema, como aumento na produção de plaquetas impedindo uma hemorragia, liberação de histamina, velocidade da dissipação do estímulo nervoso e alta atividade muscular. Devido a essas reações ocorre um aumento na circulação sanguínea do local para suprir a necessidade do tecido. O conjunto desses fatores provoca dor, edema, hiperemia e calor, e é onde o gelo atua, provocando vasocontrição, consequentemente minimizando o edema, a hiperemia e o calor, além de atuar na analgesia local (efeito anestésico).
Há várias explicações para o efeito analgésico do gelo, dentre elas estão: diminuição da transmissão nervosa das fibras da dor, diminuição da excitabilidade dos sensores terminais livres, diminuição do metabolismo tecidual, alívio dos efeitos deletérios da isquemia, promoção assincrônica das fibras da dor e liberação de endorfinas.
O gelo diminui a temperatura local, ocorrendo a diminuição do metabolismo, logo, retardando o processo de despolarização das terminações nervosas, diminuindo a quantidade ou intensidade de estímulos de dor enviados pelas mesmas e ao mesmo tempo diminui o extravasamento de plasma para o espaço intersticial, diminuindo o edema. Além de diminuir o metabolismo do tecido, em processos infecciosos, diminui também o metabolismo de bactérias ali instaladas.
As formas de aplicação, tal como o tempo e frequência são determinados de acordo com a profundidade do tecido que se pretende atingir (espessura do tecido adiposo e massa muscular sobre a região alvo), severidade da lesão e estágio de recuperação. De uma forma geral para pós-cirúrgicos, um tempo de 15 a 20 minutos imediatos, mantendo o animal em intenso monitoramento para não causar-lhe hipotermia pela associação do gelo com a recuperação da anestesia, seguido de 15 a 30 minutos, com uma frequência de três a seis vezes ao dia , até a fase subaguda da cicatrização. Em equinos preconiza-se o uso da bolsa de gel por mais de 30 minutos.
Essa terapia é contraindicada em situação de sensibilidade por parte do animal ao apresentar urticárias no momento do contato com o frio, em pacientes com diabetes mellitus e com comprometimento vascular.
A forma de aplicação deve ser escolhida visando uma maior facilidade de aplicação. Algumas delas são: bolsas de gelo, bolsas de gel, bolsas químicas, imersão em gelo e água e massagem com gelo.
Por: Stéfany Dias – Revista Veterinária
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