A cinomose é uma doença viral que acomete principalmente cães idosos ou filhotes, que são as faixas etárias mais propensas à imunodepressão. A enfermidade é transmitida por via aérea ou contato direto com o animal doente e é caracterizada por três estágios: cutâneo, digestivo e neurológico.
A primeira fase, também conhecida como cutânea é quase que assintomática, a não ser pelo aparecimento de sinais na pele como pústulas, principalmente na região abdominal do animal, o que pode ser facilmente confundida com uma diversidade de outras enfermidades como verminoses e alergias.
A Segunda fase é a digestiva, que é o momento em que o animal diminui a ingestão de alimentos ou até mesmo para de se alimentar, apresenta quadros de diarreia, vômito, apatia e desidratação.
Quando o vírus atinge o sistema nervoso é tido como terceira fase ou fase final da doença, apresentando crises convulsivas em períodos espaçados de tempo até que estas se tornem mais frequentes e ampliem os sintomas anteriores. Porém o animal pode não desenvolver visivelmente ou até não necessariamente todos os estágio nessa ordem.
Por se tratar de uma doença infectocontagiosa, a cinomose deve ser tratada com grande atenção, principalmente em clínicas, hospitais veterinários e residências em que haja mais de um animal. Em clínicas e hospitais devem ser tomados cuidados de higienização total do consultório após o atendimento de um cão com a suspeita da doença e cuidados específicos como evitar que estes transitem pelo mesmo caminho que os aparentemente saudáveis, principalmente filhotes que ainda não tenham completado a vacinação. Em residências os cuidados são basicamente os mesmos, manter o animal doente isolado dos animais sadios, separar panos, casinha, brinquedos, comedouro e bebedouro. Em caso do animal morrer devido à doença, higienizar o ambiente com solução de água sanitária e evitar colocar outro cão para viver no mesmo lugar por pelo menos seis meses.
Ainda não há um tratamento eficiente, porém muitos médicos optam por utilizar a aplicação do soro contendo anticorpos e manter o controle dos sintomas com a utilização de shampoo, antibiótico, anticonvulsivante e bastante líquido para que o animal não desidrate. Há pesquisas que demonstram a utilização de ácido ascórbico (vitamina C) no auxílio do tratamento.
Hoje, já existe um kit para ajudar o médico veterinário no diagnóstico, utilizando a secreção do animal como material, mas mesmo com essa tecnologia não é dispensado o hemograma para confirmação do nível de células de defesa entre outros parâmetros para dar início ao tratamento de forma correta.
Muitos animais, principalmente se já estiverem debilitados, não resistem à enfermidade, porém já existem muitos relatos de animais que se curaram mesmo ficando com alguma sequela neurológica, que na maioria das vezes é amenizada com medicamentos controlados.
A vacinação é a única maneira de prevenir essa doença. Ela imuniza o animal de 9 tipos de doença além da cinomose e deve ser aplicada a primeira dose quando o animal completa 45 dias de idade, repedidas mais duas doses com intervalo de 21 dias e reforços anuais. A vacina só tem seu efeito completo, tornando o animal imune 15 dias após a terceira dose, logo é contra indicado transitar com o animal nas rua de coleira ou brincar com outros animais não vacinados antes desse período.
Por: Stéfany Dias – Revista Veterinária
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