A lissencefalia é uma doença neurológica identificada, principalmente em cães da raça Ihasa-apso, porém também relatado um caso de um gato. É um defeito na migração de precursores nervosos no telencéfalo, a caracterizando por diminuição do tamanho normal e ausência de sulcos cerebrais, o deixando com uma superfície lisa, de onde vem o nome, cérebro (cefalia) liso (lissen).
A ausência dos sulcos é devido ao espessamento de substância cinzenta cortical e afinamento de substância branca subcortical, resultando em uma quantidade insuficiente de células do cortex responsáveis pelo estímulo mecânico na formação dos giros.
A doeça acomete animais com menos de um ano de idade, tendo em vista que há pesquisas que relatam como uma doença genética, com persistência no padrão fetal inicial do telencefalo. O distúrbio foi associado a cães e gatos com hipoplasia cerebelar, em gatos korat com microencefalia, ciclopia e hidrocefalia.
Os sinais clínicos podem não aparecer nos primeiros meses de idade, pois, segundo pesquisas, cães e gatos são menos dependentes do córtex cerebral para funções motoras e sensitivas que o ser humano. Geralmente, quando começam a manifestar, é através de distúrbios comportamentais, como agressividade, menor resposta diante à ameaça, ataques convulsivos, demência até automutilação. Em animais com sinais clínicos tardios, pode-se observar deficiência na aprendizagem de comandos simples, como não conseguir fazer xixi no lugar correto.
O diagnóstico não é completamente conclusivo e é feito por RM, biópsias cerebrais, através da observação dos sinais condizentes, testes proprioceptivos e, após o óbto do animal em necropsia.
Apesar de ser uma doença de difícil diagnóstico e proporcionar uma baixa qualidade de vida, podem ser controlados seus sinais clínicos, como com anticonvulsivantes, pois tem relato de um animal que morreu após os quatro anos e meio de idade.
Fonte: Revista Clínica Veterinária
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