Saiba mais sobre câncer em pequenos animais

Tumores malignos são definidos como câncer. Os cães e gatos estão também propensos a desenvolver esse tipo de patologia. Médicos Veterinários afirmam que, com o passar dos anos, a ocorrência de tumores, em geral, está mais frequente. Isto se deve à longevidade das espécies de animais de companhia.

Destacam-se, dentre os tipos de cânceres, os carcinomas cutâneos (tumores malignos de pele), comuns, tanto nos cães como nos gatos, principalmente nos felinos despigmentados, isto é, animais que não possuem pigmentação protetora à incidência solar, sendo as áreas sem pelos, da face, as mais vulneráveis.

Os sarcomas (tumores malignos originados do tecido muscular, adiposo e ósseo) também apresentam uma incidência relativamente alta, porém, em nossa realidade brasileira, são mais comuns em cães.

Os tumores do tecido hematopoético, assim como os linfomas e leucemias, também acometem tanto cães como gatos, principalmente gatos infectados pelo vírus da leucemia felina (FeLV).

Tumores do sistema nervoso são menos frequentes nesses animais.

O tratamento dos cânceres pode ser inicialmente dividido em terapêutica curativa e paliativa. Os métodos da terapêutica curativa são a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. O paliativo trata os sintomas e disfunções da patologia base (ex.: remoção de obstruções, alívio da dor, correção de alterações metabólicas).

O fato de um paciente ser portador de um tumor não curável, não quer dizer que o animal deva ser submetido à eutanásia. O que vai definir esse procedimento é a sua qualidade de vida e seu estado geral.

O método de tratamento que oferece os melhores resultados de cura (exceto nos casos de tumores hematopoiéticos), é a cirurgia, porém a técnica cirúrgica deve compreender a remoção de margens de segurança (remoção de tecido sadio periférico ao tumor) e, se necessário, a extirpação dos linfonodos regionais que drenam a área. Infelizmente muitas cirurgias são mutilantes, mesmo porque, o resultado estético não é o mais importante.

A quimioterapia é o tratamento de eleição para os linfomas e leucemias. Também utilizamos a quimioterapia como tratamento adjuvante (auxiliar a outra modalidade terapêutica, principalmente à cirurgia) para os tumores com potencial de metástase, por exemplo: osteossarcoma, hemangiossarcoma, melanoma etc.

Os quimioterápicos são, na sua maioria, medicamentos injetáveis. Algumas poucas drogas podem ser administradas por via oral. Os pacientes submetidos a sessões quimioterápicas recebem, antes e após a droga injetável, um período de fluidoterapia (administração de soro), isto porque as drogas são muito tóxicas, desta forma não é desejável que haja acúmulo no organismo.

O tempo de duração de cada sessão depende do protocolo utilizado (associação de drogas). Alguns protocolos exigem um período de fluidoterapia de maior ou menor duração.

Nos cães e gatos os efeitos colaterais são menos severos do que nos pacientes humanos. Isto porque, em medicina, a cura é o principal objetivo do tratamento, enquanto que em veterinária, muitas vezes, a qualidade de vida do paciente é mais importante do que a cura da doença. Para isso, utilizamos doses menores e protocolos menos agressivos.

Alopecia (queda de pelos) em pacientes veterinários ocorre de forma localizada, e não generalizada como nas pessoas, sendo que as raças que apresentam crescimento contínuo de pelos (ex: poodle, cocker) são as mais afetadas.

Os efeitos colaterais inespecíficos da quimioterapia, mais importantes do que a alopecia, são: vômitos, anorexia, diarreia, perda de peso, alterações que podem ser controladas com medicação.

Os efeitos colaterais considerados específicos estão relacionados à toxicidade de um determinado órgão pelo uso de certas drogas, como por exemplo: cardiotoxicidade consequente da utilização de doxorrubicina, e nefrotoxicidade pelo uso da cisplatina.

A cura é mais provável, em casos iniciais. Daí, a importância de um diagnóstico precoce. Para isso, é importante que o clínico tenha consciência de que os procedimentos de biópsia são importantes, mesmo em se tratando de pequenos nódulos, aparentemente benignos.

Essas informações, provenientes de um laudo histopatológico (biópsia), associadas às informações clínicas, são pontos vitais na determinação da conduta terapêutica, seja ela clínica, cirúrgica ou combinada.

Fonte: webanimal

Adaptação: Revista Veterinária

 

 

 

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