Algumas espécies de mamíferos, cães, gatos e até seres humanos podem ser acometidos pela doença do verme do coração. Ela se apresenta bem distinta e, depende, principalmente, da espécie de hospedeiro acometido. Mamíferos infectados a desenvolvem.
Nos gatos, embora mais rara, a doença é, geralmente, mais grave e aguda. Em humanos, não há sintomas, apenas acometimento dos pulmões. Os cães podem apresentar a forma assintomática durante anos.
Os hospedeiros que mais se adaptam aos parasitos são canídeos domésticos, embora espécies silvestres sejam também infectadas com facilidade. Como a infecção é transmitida por mosquitos, o risco a que os cães são expostos depende da biodiversidade do meio onde vivem ou por onde passeiam.
Mamíferos suscetíveis, cães portadores de microfilaremia e mosquitos vetores são condições básicas para que se instale a contaminação. Assim, locais onde houver grande quantidade de cães e de mosquitos são prováveis áreas de estabelecimento de focos.
Fatores ambientais, como a temperatura e a disponibilidade de água parada, para desenvolvimento de suas formas embrionárias são os principais.
A geração de mosquitos em uma região aumenta à medida que a temperatura ambiente sobe. Além disso, quando a temperatura sobe, o desenvolvimento dos vermes, no interior dos vetores, é mais rápido. Logo, ambientes que além das condições mínimas exigidas ainda apresentam clima tropical, favorecem a ocorrência de focos.
Historicamente sabemos que no estado do Rio de Janeiro existem áreas onde, no passado, a frequência com que cães domésticos portadores de infecção por D. immitis era elevada, chegando a 43,4% em 1988. Nessa mesma época a frequência nacional brasileira era 7,9%.
Houve grande redução dos casos, assim que o primeiro medicamento preventivo foi lançado no Brasil (inicio da década de 1990) com forte campanha de conscientização da população leiga e médico-veterinária, a quantidade de cães infectados começou a diminuir, caindo para 27% em 1995 e chegando a 0,6% em 2003. No País, como um todo, a prevalência chegou a 2% em 2001.
Entretanto, em 2005, alguns casos foram observados pelos veterinários, na cidade do Rio de Janeiro, quase todos os cães que dividiam seu tempo entre a região dos lagos (RJ) e a Cidade. Nessa época foi identificado um foco ativo em Arraial do Cabo onde a frequência de casos microfilarêmicos chegava a 53%.
Em 2008, registrou-se alta incidência no Rio de Janeiro. Desde então, os clínicos de pequenos animais continuam a atender casos frequentes, mostrando que a infecção pelos vermes do coração voltou a demandar atenção especial, por parte dos clínicos de pequenos animais.
Na evolução da doença, os vermes presentes nos ramos da artéria pulmonar associada à reação nas paredes dos vasos geram processo obstrutivo ao fluxo sanguíneo (hipertensão pulmonar), sobrecarregando o trabalho do coração, que acaba se dilatando para acomodar o volume de sangue que tem dificuldade de seguir para o pulmão.
Ao longo do tempo de infecção, a sobrecarga do coração evolui, gradativamente, para a Insuficiência Cardíaca Congestiva, com consequente retenção de líquido na circulação de retorno e extravasamento para a cavidade abdominal, caracterizando a ascite.
Fonte: Portal cães e gatos
Adaptação : Revista Veterinária
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