Segundo o acadêmico, o uso da planta pode melhorar produtos lácteos a serem comercializados ou consumidos pelas famílias.
A mastite é uma doença contagiosa e de fácil transmissão entre as vacas. O controle da doença é feito através do uso de antibióticos. Quando a doença acomete vacas no período de lactação corre-se o risco de contaminação do leite por resíduos dos medicamentos usados. Isso pode gerar grandes prejuízos para o produtor. Além de causar problemas à saúde dos consumidores que ingerirem o alimento contaminado.
Um estudo realizado pelo Mestrando em ciências Agrárias da UFMG, Diego Bardal, pode ser uma alternativa para solucionar esse problema. Diego estudou sobre a ação antimicrobiana do barbatimão em agentes causadores da mastite.
O objetivo, segundo Diego, foi pesquisar efeitos in vitro de bio-ativos dessa planta do Cerrado, o Barbatimão, em micro-organizamos associados a mastite bovina. O acadêmico explicou que a investigação pode “criar opções dentro da terapêutica antimicrobiana veterinária atual, carente de princípios ativos sintéticos eficientes, em função da crescente seletividade de micro-organismos e potencial geradora de resíduos nos alimentos cárneos e lácteos”.
O estudo contribui para o resgate do conhecimento tradicional sobre plantas medicinais, o que pode proporcionar alternativas para obter substâncias ativas naturais e de amplo espectro microbicida. Em um mercado farmacêutico saturado, possivelmente, ocorreria a pesquisa e uso sustentável de fitoterápicos, para a futura utilização em tratamentos da mastite.
Diego destaca: “o uso do barbatimão pode favorecer ao ser humano, pela provável redução do uso de antimicrobianos sintéticos em animais produtores de alimentos e auxilia a vaca, por tratar a mastite e diminuir as reações adversas aos medicamentos. Além disso, pode propiciar a inserção das populações locais na cadeia produtiva de fármacos e fixar mais na atividade os produtores de leite, por reduzir o descarte de animais com a doença”.
O uso da planta no tratamento da mastite bovina, segundo o acadêmico, pode melhorar produtos lácteos a serem comercializados ou consumidos pelas famílias. Além disso, existe a possibilidade de diminuir os custos, pois “muitas fórmulas podem ser feitas na propriedade, além dos produtos naturais estarem isentos de custos com pesquisa da molécula ativa específica e provavelmente chegariam ao consumidor com menor valor agregado, se comprado aos convencionais sintéticos”, disse.
Segundo Diego, os resultados da pesquisa são promissores. “Desenvolveu-se com alto rendimento a extração dos bio-ativos e encontrou-se experimentalmente, para o estrato aquoso do barbatimão (Stryphnodendron dstringens), ação bactericida e fungicida in vitro, frente aos principais agentes causadores da mastite bovina no mundo, resultados que poderão gerar formulações farmacêuticas de aplicação veterinária e quiçá humana”, concluiu.
Para o produtor, uma alternativa que possa controlar a mastite sem contaminar os leite representa aumento nos seu lucros, já que o preço do leite pago pelas indústrias varia de acordo com a qualidade do leite oferecido.
Fonte: UFMG
Adaptação: Revista Veterinária
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