Com o avanço da tecnologia, atualmente é possível encontrar diversas ferramentas inovadoras e biotecnologias da reprodução que vem favorecendo consideravelmente a equinocultura. O objetivo principal é promover o melhoramento genético do plantel e uma produção mais segura e eficiente. Entre as principais responsáveis por esses resultados, está a transferência de embriões em equinos.
Você provavelmente já ouviu falar sobre esse método, mas é comum ter algumas dúvidas sobre o que é e como funciona a transferência de embriões na reprodução equina.
Veja a seguir os pontos básicos da TE em equinos e entenda a importância dessa técnica ser realizada por um veterinário capacitado.
O que é a Transferência de Embriões em equinos?
A transferência de embriões (TE) em equinos é uma biotécnica reprodutiva que está possibilitando o melhor aproveitamento desses animais. Em linhas gerais, ela consiste em produzir embriões de matrizes reprodutoras de alto padrão genético, usando éguas receptoras de padrão zootécnico inferior. Ou seja, esta técnica vem se mostrando uma ferramenta promissora por tornar possível acelerar o aprimoramento das raças e seus cruzamentos.
A primeira transferência de embriões em equinos, foi realizada por um grupo de cientistas e pesquisadores do Japão em 1969. Desde lá, a técnica passou por diversos aperfeiçoamentos que serviram para aumentar consideravelmente as taxas de prenhez.
Entre suas principais vantagens estão:
- Produção de mais de um potro por ano por fêmea;
- Obtenção de potros de fêmeas de alto padrão genético que já estão idosas ou com problemas relacionados à gestação;
- Obter potros de fêmeas valiosas sem comprometimento de saúde ou rendimento;
- Escolha de sêmen de alta qualidade sem necessidade da monta;
- Opção de compra e venda de embriões de éguas e garanhões a sua escolha.
Como funciona a Transferência de Embriões na reprodução de equinos?
A transferência de embriões, de modo simples, é o uso de fêmeas receptoras para gestar embriões produzidos de animais de alto padrão genético e valor zootécnico. No geral, a técnica passa por etapas como a escolha das matrizes (fêmea doadora e macho reprodutor), escolha das fêmeas receptoras e acompanhamento reprodutivo dos animais. A seguir, listamos alguns dos processos específicos do seu uso para a reprodução equina.
Escolha das éguas
A técnica consiste em retirar um embrião do útero de uma égua doadora, de alto potencial genético, e transferi-lo para o útero de uma égua receptora. Esta vai ser a responsável pela gestação e amamentação do potro, por isso precisa ter tamanho semelhante ao da doadora, apresentar boas habilidades maternas e ausência de problemas reprodutivos.
Como a técnica possui custo elevado, a transferência de embriões geralmente é restrita a doadora de qualidade superior com características herdáveis comprovadas. As mais escolhidas são as de alto valor zootécnico.
Acompanhamento do ciclo estral
Após a escolha, é a hora de realizar o manejo reprodutivo acompanhando o comportamento reprodutivo da doadora para monitorar a atividade folicular e o momento certo do uso de hormônios exógenos para sincronizar o estro e ovulação. Esse acompanhamento é realizado através da técnica de palpação transretal e ultrassonografia.
Quando for constatado que a égua está no cio, o acompanhamento precisa acontecer diariamente para monitorar o crescimento folicular e fazer o acompanhamento da ovulação. Essa avaliação permite identificar o melhor momento para inseminação com sêmen fresco, refrigerado, congelado ou pela monta natural.
As receptoras também precisam ser examinadas diariamente, quando em cio, para monitoramento do crescimento folicular e o momento da ovulação.
O indicado é que pelo menos duas receptoras estejam disponíveis para cada doadora. Assim, no momento da inovulação, será possível escolher a que apresenta as melhores condições reprodutivas para receber o embrião.
No exame de palpação e ultrassonografia transretal as doadoras aceitáveis devem apresentar: corpo lúteo bem definido, tônus uterino, cervical variando de bom a excelente e nenhuma outra alteração no útero.
Sincronização do cio
A sincronização entre as doadoras e receptoras pode acontecer por ovulação espontânea, indução da ovulação e terapia hormonal das receptoras. Os tratamento hormonais são os mais utilizados e, para as receptoras, o protocolo deve começar dois dias depois do da doadora. É importante saber que para serem sincronizadas, as doadoras e receptoras já devem estar ciclando regularmente.
Essa sincronia é fundamental para que a interação entre embrião e ambiente uterino seja harmoniosa e a gestação se estabeleça de forma segura. Se o útero não estiver sincronizado, o embrião pode encontrar um local desfavorável em relação a fase em que se encontra. Pode ainda impedir o embrião de transmitir o sinal para o reconhecimento materno da gestação.
O procedimento vai ter inicio de 6 a 9 dias após a fecundação, geralmente com o método de lavagem transcervical não cirúrgico e auxílio do ultrassom veterinário. Assim, uma sonda é introduzida no útero da fêmea para coletar o embrião.
Avaliação e transferência de embriões
Após a coleta, os embriões são avaliados morfologicamente e classificados de acordo com sua qualidade. Depois passam por um processo de lavagem e são envasados para serem inovulados. Eles podem ser resfriados ou transferidos logo após a recuperação embrionária, em éguas previamente sincronizadas.
Conhecer a técnica e todo seu processo é muito importante para evitar erros que podem parecer insignificantes, mas que acabar fazendo a diferença entre o sucesso ou o fracasso na reprodução.
Sabia que apesar de sua importância, esta técnica ainda é pouco difundida, e poucos profissionais encontram-se atuando de forma bem sucedida, em relação à demanda potencial do Brasil? Por isso, vale muito a pena investir em capacitação de biotecnologia em reprodução de equinos, uns dos ramos da medicina veterinária que gera maior volume de serviços para os médicos veterinários que atuam na área de equinos.
Com o curso de Transferência de Embriões em Equinos do CPT Cursos Presenciais você aprende na prática a realizar todos os procedimentos desta técnica e a produzir muitos potros geneticamente melhorados para a sua inserção em um mercado profissional restrito e de alta valorização.
Fontes: UFSC, Shop Veterinário, Acta Veterinaria Brasilica.