Risco anestésico veterinário: conheça a classificação e os fatores

Risco anestésico veterinário

O risco anestésico veterinário é o nome dado ao risco ao qual o paciente está submetido quando ocorre a aplicação da anestesia.

As anestesias são parte importante de qualquer processo operatório. Mesmo que os procedimentos sejam simples, é indispensável que haja a aplicação desses sedativos e que o paciente esteja em contínua monitoração. Para que sejam utilizadas de modo benéfico e efetivo, as anestesias devem ser administradas após uma avaliação prévia do animal e da determinação do risco anestésico veterinário. 

De maneira diferente dos humanos, os cães recebem anestesias gerais com muito mais frequência. Isso ocorre devido à dificuldade dos animais em se manterem imóveis diante de barulhos altos e constantes ou dores suportáveis. Dessa forma, as anestesias injetáveis (por acesso venoso) e inalatórias (absorvidas por inalação) são prescritas com certa regularidade. 

Assim, antes da realização de cirurgias ou outros processos nos quais sejam usados esse tipo de fármaco, é crucial que os profissionais conheçam o risco anestésico veterinário dos animais. Gostaria de entender mais sobre o assunto? Continue a leitura! 

O que é o risco anestésico veterinário?

O risco anestésico veterinário é o nome dado ao risco ao qual o paciente está submetido quando ocorre a aplicação da anestesia . Esse índice é traçado por meio de consultas previamente realizadas, com o objetivo de conhecer as limitações dos animais e os possíveis perigos que correm caso sejam submetidos a procedimentos anestésicos. Dessa forma, o profissional obtém informações clínicas de extrema importância, de modo que se torna possível monitorar o paciente e diminuir a possibilidade de complicações durante e após as operações. 

Para que o risco anestésico veterinário seja determinado, é necessário que alguns exames sejam realizados. Os ECGs (eletrocardiogramas), responsáveis pela monitoração da atividade elétrica cardíaca, fornecem informações sobre a vitalidade dos pacientes e mostram resultados que devem ser estudados por profissionais. Assim, a partir desse laudo e de uma avaliação do animal, é possível traçar o risco anestésico com segurança.  

Avaliação

Antes de o paciente ser submetido ao efeito de anestésicos, é necessário que haja uma avaliação individual do animal. Desse modo, o profissional pode conhecer um pouco mais sobre seu paciente e entender suas limitações, avaliando se é mesmo viável a aplicação do processo em questão. As características observadas são:  

Histórico 

Nessa avaliação, o profissional tem acesso aos fatores de riscos, analisa as respostas obtidas por esse animal mediante a administração de remédios e anestesias, busca por possíveis alergias e sensibilidades, além de consultar o uso prévio de qualquer medicamento, excluindo as possibilidades de reações adversas. 

Raça 

Algumas raças possuem predisposição ao desenvolvimento de fatores que podem ser prejudiciais à saúde desses animais, como a obstrução de vias, sensibilidade a medicamentos e doenças cardíacas. Todas essas circunstâncias devem ser levadas em consideração quando se estabelece o risco anestésico veterinário. 

Idade

Quanto mais avançada a idade do paciente, maiores são os riscos aos quais está submetido, isso devido ao seu envelhecimento natural e a susceptibilidade a contrair doenças ou o comprometimento das funções de algum órgão. Além disso, animais pediátricos e recém-nascidos também devem ser avaliados com um maior rigor, uma vez que seus sistemas ainda estão imaturos, além do fato de que esses animais podem apresentar hipoglicemia e hiperglicemia.

Tipo de procedimento 

Cada procedimento apresenta um grau de complexidade e de invasividade. Também, têm múltiplos tempos de duração e diferentes riscos de hemorragia. Assim, cada um deles requer um risco anestésico veterinário individual. 

Comportamento

Pacientes que apresentam um temperamento mais ameno ou são mais dóceis tendem a receber mais respostas positivas quanto ao uso de anestésicos, uma vez que a agressividade de alguns animais pode acabar por dificultar os exames pré-operatórios.

Exame físico

Essa avaliação é importante para detectar fatores como arritmia, comportamento pulmonar anormal e sopros cardíacos. Nessa fase, é comum que alguns pacientes sejam submetidos a exames laboratoriais, ECG (eletrocardiograma), ultrassons ou raios-x.   

Além dessas características, é necessário que o profissional se atente a questões como desidratação, coloração alterada de mucosas e desregulação na temperatura corporal do paciente, já que essas situações também podem sinalizar alguma deficiência ou complicação. Durante todo o procedimento, é imprescindível que sejam observados sinais como a pressão arterial, a pressão venosa, os batimentos cardíacos e o plano anestésico do animal. 

Após o fim do efeito do anestésico, é possível que os pacientes apresentem alguns sinais colaterais como tosse, queda de temperatura e vômitos. Caso algum desses sintomas seja notado, os clínicos ou médicos veterinários devem ser acionados. 

Classificações

Um conhecimento imprescindível para os profissionais dessa área é a classificação dos tipos de risco anestésico veterinário, feita pela American Society of Anesthesiologists (ASA), a Sociedade Americana de Anestesiologistas. Essa divisão tem como princípio categorizar os pacientes quanto ao estado físico, após a realização dos exames prévios. De acordo com essa escala, quanto mais alto o grau de classificação do animal, maiores os riscos de submetê-lo a anestesias. Dessa forma, os veterinários e clínicos têm um conhecimento maior sobre as características de seus pacientes e podem avaliar o risco anestésico veterinário com maior rigor. 

Segundo a ASA, após a avaliação individual, os animais podem ser categorizados em 5 grupos: 

  • ASA1: diz respeito aos animais sadios e em condições normais
  • ASA2: engloba os animais com alguma doença sistêmica leve
  • ASA3: animais com afecção sistêmica grave
  • ASA4: classificação dos animais com doenças sistêmicas graves que colocam sua vida em risco
  • ASA5: animais moribundos, que não têm expectativa de vida de mais de 24h, mesmo que sejam submetidos a procedimentos cirúrgicos.

Os animais podem, ainda, receber a classificação “E”, significando “Emergência”, em casos onde os pacientes correm um maior risco caso a cirurgia seja adiada, e devem ser tratados de maneira mais imediata. 

Demanda atual

Hoje, o índice de mortes causadas por procedimentos anestésicos é muito menor, quando em comparação ao início da aplicação dessa técnica. Dentre as causas que culminaram nesse resultado, pode-se destacar: uso de fármacos mais seguros, adequação da monitoração dos pacientes, cuidados com o pré e pós-operatórios e o aumento de profissionais qualificados. 

Os médicos veterinários, clínicos ou os que se interessam por essa área devem dominar diversos tipos de conhecimento, para que estejam preparados e em condições para atender às necessidades que os processos cirúrgicos demandam. Gostaria de especializar nessa área? Conheça o Curso de Anestesias em Pequenos Animais


Fontes:Ferox, PubVet, Digital Vet.

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