O corpo lúteo (CL) em éguas é uma estrutura glandular transitória, que inicia seu desenvolvimento no ovário imediatamente após a ovulação. A estrutura desempenha um papel central na regulação do ciclo estral e na manutenção da gestação, cuja função é realizada em grande parte pela progesterona, principal hormônio secretado pela glândula.
Ter conhecimento da anatomia e fisiologia reprodutiva dessas fêmeas é fundamental para alcançar os resultados reprodutivos desejados. Ao longo deste artigo iremos abordar porque monitorar a presença da glândula e quais as técnicas são grandes aliadas da gestação em éguas. Confira!
Importância do corpo lúteo para a reprodução equina
Antes de mais nada é preciso compreender o que acontece durante o ciclo estral das éguas, período de que se estende de uma ovulação até a subsequente, também chamado de cio. A cada ciclo as células luteínicas esteroidogênicas sintetizam e liberam progesterona, promovendo a quiescência na contratilidade do miométrio, o desenvolvimento glandular do endométrio e o ambiente uterino adequado para o desenvolvimento do concepto.
Quando a fertilização não acontece, pulsos de prostaglandina 2α são liberados pelas células endometriais, para promover a falência funcional e estrutural do corpo lúteo, determinando o término do ciclo estral e gerando um novo estro.
O CL é fundamental para a reprodução das éguas, visto que quando os hormônios secretados estão em níveis adequados, o tecido intrauterino adquire condições favoráveis para a implantação embrionária. Ou seja, médicos veterinários e estudantes que trabalham na área de reprodução equina precisam saber que esse é o momento ideal para a fêmea iniciar a gestação.
Por que monitorar o CL em éguas?
As etapas de reprodução em uma égua só é bem sucedida quando acompanhada e controlada pelo profissional. Durante o metaestro, terceira fase do ciclo estral da fêmea, acontece a formação do corpo lúteo, que se desenvolve em três ou quatro dias aproximadamente.
No caso de fecundação e desenvolvimento do embrião, o CL é mantido por período mais longo, tendo relevância nas próximas fases, diestro e anestro. A identificação correta das etapas em éguas é um pouco mais complicada, pois não é tão preciso como nas vacas, por exemplo. Portanto, a falta de definição pode prejudicar a aplicação de biotécnicas reprodutivas do rebanho.
Diante da dificuldade em afirmar o momento da ovulação, as técnicas de palpação retal e ultrassonografia se tornam grandes aliadas para monitorar o corpo lúteo nas éguas. Enquanto na palpação o objetivo é verificar órgãos e estruturas ligados ao trato reprodutivo equino, a ultrassonografia veterinária permite um monitoramento mais acurado.
Com o exame no modo B é possível obter as características morfoecogênitas do trato reprodutivo e acompanhar o desenvolvimento do CL. Já no modo doppler, é possível observar a vascularização na região, bem como o desenvolvimento dos folículos ovulatórios.
Ou seja, mais do que monitorar a glândula, é preciso conhecer a fisiologia do ciclo estral e saber utilizar as técnicas da maneira correta para alcançar o sucesso do manejo reprodutivo das éguas. Para unir teoria e prática, te convido a conhecer os Cursos de Ultrassonografia e Palpação Retal em Equinos do CPT Presenciais. Através dele você se sentirá preparado para realizar diagnósticos de gestação e as principais patologias que envolvem a reprodução equina.
Fontes: RODRIGUES, Gomes Tiago, M.G.F. Salles , A.A. Araújo, CPT Cursos Presenciais, Shop Veterinário.