O aumento do interesse em reprodução bovina possibilitou o aprofundamento dos estudos sobre a saúde da fêmea e a identificação de problemas que podem impactar na eficiência esperada. Entre os mais observados, o cisto ovariano em vacas é motivo de preocupação entre pecuaristas e criadores, uma vez que suas consequências podem ser irreversíveis.
O problema pode acometer bovinos de leite e de corte, sendo uma condição bastante comum em rebanhos de todas as raças. Identificar o cisto ovariano logo no início evita prejuízos do retorno ao estro, comportamento anormal e, até mesmo, esterilidade.
Veja a seguir como ocorre o surgimento do cisto ovariano em fêmeas, quais as consequências para o rebanho e o que fazer para enfrentar o problema.
O que é cisto ovariano em vacas
Também conhecido como doença ovariana cística, degeneração ovariana ou vacas císticas, o cisto ovariano em fêmeas bovinas é um problema reprodutivo no qual um folículo não ovula, mas continua o seu crescimento, podendo alcançar o diâmetro de 20 a 25 mm aproximadamente.
Uma vez que a ovulação é o rompimento do folículo liberando o oócito (óvulo) para fertilização, os cistos são formados devido a falhas no eixo reprodutivo, processo fisiológico de regulação da ovulação, envolvendo os hormônios produzidos no hipotálamo e hipófise com os ovários. Os casos do problema podem acontecer isoladamente ou múltiplos, tanto em um mesmo ovário quanto nos dois. Normalmente, sua maior ocorrência se dá entre 30 e 60 dias após o parto.
Em animais com a presença de cistos foliculares e concentrações anormais de progesterona, podem ocorrer o aparecimento de novos cistos, que muitas vezes substituem os cistos mais velhos. Esse fenômeno é chamado de “turnover”.
Causas e consequências do problema para o rebanho
O cisto ovariano pode ser encontrado em vacas de alta produção durante os três primeiros meses de verão. Entretanto, é mais comum que modificações uterinas favoreçam sua formação como, por exemplo, quando o útero sofre um atraso na involução pós parto.
Por outro lado, causas externas também podem colaborar para o surgimento do problema. Fatores como hereditariedade, tuberculose, perturbações metabólicas e digestivas, fasciolose intensa e distúrbios puerperais são alguns agravantes. Além deles, estresse ambiental, alta densidade populacional e excessivo manejo durante o período pré-cobertura devem ser considerados.
A fêmea que apresenta o problema pode se tornar estéril caso não receba tratamento adequado. Por este motivo, cistos ovarianos em vacas são preocupantes para o rebanho, pois reduzem a taxa de concepção.
Diagnóstico e tratamento de cisto ovariano em vacas
Infelizmente não é possível prevenir a ocorrência de cistos foliculares. Por isso, a melhor maneira de minimizar os prejuízos é identificando e tratando os cistos o mais cedo possível. Normalmente, o tratamento é baseado na utilização de um protocolo de sincronização de ovulação.
Deve-se atentar a alguns sinais clínicos como cios irregulares e constantes, anestro, ninfomania, diminuição da produção leiteira e desenvolvimento de glândulas mamárias em vacas não gestantes.
Com base nos sinais, o médico veterinário deve realizar uma anamnese da parte reprodutiva da fêmea, sempre mantendo um histórico constante ou frequente do estro do animal avaliado. A palpação retal também pode ajudar para que o examinador possa sentir a presença do cisto e a ausência do corpo lúteo.
Além disso, a ultrassonografia é o exame mais indicado para determinar a presença de cisto ovariano em vaca, permitindo descobrir a localização exata, o tamanho e se há ou não corpo lúteo. Vale reforçar que somente um médico veterinário capacitado terá condições de avaliar as imagens e dar um laudo com alta precisão.
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Fontes: Shop Veterinário, Milkpoint, Rehagro, CPT Cursos Presenciais.