A Febre aftosa é uma doença altamente contagiosa

A febre aftosa (FA, nome em latim Aphtae epizooticae) é uma doença viral altamente contagiosa que afeta gado bovino, búfalos, caprinos, ovinos, suínos, ou seja, animais que possuem cascos bipartidos.  A aftosa não  afeta equídeos (cavalos, asnos, mulas e bardotos).

O vírus entrou na América do Sul em 1870 com a importação de bovinos da Europa, onde a doença era conhecida desde 1546. Em 1919 é iniciado no Brasil o combate à doença de forma organizada. Em 1998 representantes de 151 países na Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) concedeu o título de zona livre de aftosa com vacinação ao Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em 2000 o Ministério da Agricultura declara o estado de Santa Catarina zona livre de febre aftosa sem vacinação e em 2001 o título de zona livre de aftosa sem vacinação é concedido oficialmente ao Rio Grande do Sul pela OIE.

A doença é causada por pelo menos 6 tipos de vírus: A, O, C, SAT-1, SAT-1, SAT-2 e SAT-3, que são transmitidos pelo ar, água e alimentos. Nos animais, o vírus penetra através do epitélio, a camada de células que reveste as mucosas, nomeadamente da boca e das vias respiratórias O virus permanece vivo na medula óssea, mesmo depois do animal ter morrido. O animal contaminado apresenta febre alta que diminui após dois a três dias. Em seguida aparecem pequenas vesículas na mucosa da boca, laringe e narinas e na pele que circunda os cascos. O que faz com que o animal salive muito e não consegue se alimentar e se locomover, ficando fraco. Quando as vesículas se rompem, as partículas virais são liberadas no ambiente. A salivação também libera vírus. O crescimento, a engorda e produção de leite são prejudicados.

As lesões impossibilitam o animal de se alimentar e podem provocar a morte. O vírus é geralmente transmitido pelo leite, pela carne e pela saliva do animal doente.

As feridas ou aftas podem ser infectadas por bactérias, o que dificulta muito a cura e o restabelecimento dos animais, tornando um dos grandes problemas da febre aftosa.  Se não estivesse na origem de infecções secundárias, a doença não causaria tantos danos. As mastites (inflamações das glândulas mamárias), o desprendimento das unhas, a miocardite (problema cardíaco), os abortos, etc., trazem complicações e comprometem a sobrevivência dos animais.

Por ser uma doença contagiosa, a febre aftosa tem causado muitos alarmismos sanitários. Como medida de prevenção muitos animais têm que ser abatidos, para se evitar a transmissão a outros animais. Os animais infectados transmitem o vírus através da saliva (e quando estão doentes, salivam mais), a principal fonte de contaminação do ambiente onde se inserem. O vírus multiplica-se igualmente no sêmen dos machos infectados e nas glândulas mamárias, podendo contaminar o leite. Quando as vesículas estouram, libertam, igualmente, o vírus.

A resistência do vírus é alta, podendo manter-se ativo durante 21 semanas no solo, mais de 100 dias em botas de borracha, 14 semanas na água, 1 dia no leite cru, até dois anos no leite em pó, até quase 200 dias na carne congelada e dois meses na roupa de algodão. É, por isso, que o contágio dos tratadores de animais é muito fácil.

A carne ou o leite dos animais, e os pássaros, os insetos ou, até, mesmo o vento, podem transportar o vírus de um local para outro. Daí as medidas de precauções que visam, precisamente, evitar que a doença se alastre, não por se tratar de uma doença perigosa para o homem, mas antes por representar grandes perdas econômicas.

O alimento proveniente de animais doentes, seja a carne ou o leite, não representam risco de contágio ao homem, desde que no caso do leite este seja pasteurizado. Na verdade, a pasteurização a que é submetido destrói o vírus.

Fonte: Agro Mundo

Adaptação: Revista Veterinária

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Atualizado em: 26 de novembro de 2012