A fumaça do cigarro afeta a saúde dos cães e gatos

Pesquisadores do departamento de radiologia do Children's Hospital of Philadelphia conseguiram, através de um tipo de ressonância magnética mais sensível do que o convencional, registrar imagens de pulmões que demonstram como a fumaça alheia causa danos aos que não fumam, mas que são obrigados a conviver com o cigarro.

Sinais de enfisema pulmonar foram encontrados em 33% dos pacientes expostos por mais de 10 anos ao fumo passivo.  As crianças são as vítimas mais comuns da exposição ao cigarro alheio.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vício do cigarro é considerado a principal causa de mortes evitáveis em todo o mundo.

O professor do departamento de clínica médica da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, Dr. Archivaldo Reche Junior, explica que a saúde dos animais de estimação também tem impacto por causa do vício dos seus tutores. “A exposição à fumaça do cigarro pode predispor os animais principalmente ás doenças respiratórias. Em gatos com bronquite asmática, há potencializarão e aumento da frequência das crises respiratórias podendo em alguns casos levar o gato à morte por insuficiência respiratória aguda”.

O médico veterinário do Centro Veterinário do Gama (DF), Dr. Marcello Rosa confirma a afirmação que os animais sofrem com a fumaça de cigarro. “Há cerca de 4720 substâncias identificadas no cigarro, entre elas nicotina, alcatrão, monóxido de carbono, metais pesados e muitas substâncias cancerígenas. A exposição pode levar a uma série de doenças graves, inclusive ao câncer”, sentencia o médico.

De acordo com uma pesquisa desenvolvida por Marcello Rosa na Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (FM/UnB), com o título “O cão como fumante passivo: efeitos da exposição á fumaça de cigarros em cães de ambientes domésticos”, estabeleceu uma relação entre a maior incidência de problemas respiratórios, tumores e outras doenças em animais de estimação de donos fumantes.

Foram analisados 30 cães da raça yorkshire, escolhida por ser de pequeno porte e permanecer sempre próxima ao dono. Eles foram divididos em 2 grupos de 15: um grupo de residências onde havia fumantes que consumiam pelo menos 20 cigarros por dia, e outro de residências onde não havia fumantes. Após análises das células do trato respiratório dos cães, o resultado foi preocupante. Todos os animais de residências com fumantes apresentaram presença de cotinina no organismo (um metabólito da nicotina), além de aumento de algumas populações celulares como macrófagos e linfócitos, e antracose (presença de partículas de carbono) nos citoplasmas das células.

 Dr. Marcello Rosa conclui que “a presença de antracose por si só já é grave, uma vez que pode desencadear doenças como o câncer de pulmão”.

 Os danos são diagnosticados até em animais saudáveis, imagine o prejuízo nos pets com problemas respiratórios, por exemplo, e que são obrigados a conviver diariamente com seus tutores fumantes.

Segundo ele os cães cujas raças que tem focinho curto têm maior tendência de localização de câncer no trato respiratório posterior, enquanto nas raças de focinhos longos há maior incidência nos seios nasais.

Dr. Reche garante que o ambiente doméstico pode ser tão nocivo a esses animais que, quando são afastados desses locais, melhoram significativamente, muitas vezes sem necessidade de intervenção terapêutica.

Os cuidados que se tem com as crianças alérgicas e com problemas respiratórios também devem ser dedicados aos animais.

Tanto cães como gatos de qualquer raça, bem como aves e outros animais, ninguém está a salvo dos malefícios das baforadas de deus donos.

Fonte:  Cabanha São Rafael

Adaptação: Revista Veterinária

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Atualizado em: 12 de abril de 2013