A acidose ruminal é uma doença caracterizada por desordem metabólica digestiva. Ela ocorre com a diminuição dos níveis de PH do animal, por conta da alimentação errônea.
Essa doença vem atingindo boa parte das criações bovinas.Ela acomete o gado de todas as idades e de ambos os sexos. Além disso, costuma aparecer em virtude da ingestão em demasia de grãos ou outros carboidratos não fibrosos, causando grandes prejuízos aos criadores.
Dentre todas as consequências da acidose, a diminuição da produção de leite e os custos relacionados à doença são, diretamente perceptíveis e crescentes, quanto maior for o avanço da doença. Quer saber como prevenir esse problema? Então, continue lendo esse artigo.
Como ocorre e quais os tipos de acidose ruminal?
A acidose ruminal começa quando o produtor prioriza uma alimentação majoritariamente formada por grãos (concentrada). Ou seja, grão de trigo, cevada e aveia, com reduzidos percentuais de volumosos, como feno e pasto. Sendo assim, em virtude do PH baixo, ocorre um aumento das bactérias produtoras do ácido lático no rúmen.
Essa condição é definida como uma desordem de fermentação do rúmen e é caracterizada por longos períodos de pH baixo do rúmen. Portanto, trata-se do resultado da produção excessiva de AGV (Ácidos Graxos Voláteis), que excede a habilidade das papilas do rúmen para absorvê-los.
O organismo tenta equilibrar o pH ruminal , direcionando água do sangue para o rúmen. O pH normal do rúmen deve estar próximo do neutro. Sendo ideal para a manutenção de uma vigorosa população de bactérias celulolíticas.
Portanto, quando alimentos concentrados são adicionados à dieta, a concentração de glicose do rúmen aumenta. E, em consequência, aumenta também a taxa de crescimento de bactérias amilolíticas, como Streptococcus bovis.
Nessas condições, a bactéria terá uma vantagem competitiva, pois produz uma amilase, particularmente efetiva. Assim, permitindo que sua população superar numericamente a quantidade de outras bactérias. Com isso, aumenta a produção de ácido lácteo, alterando o perfil normal da AGV.
A quantidade de alimentos que desencadeia este problema depende do tipo de grão, do contato anterior do animal com este alimento, do estado nutricional e do tipo de microflora ruminal apresentado pelo bovino. Portanto, em virtude desta constatação, não é recomendado formular dietas com mais de 40% de grãos em relação à matéria seca total.
A Acidose Ruminal possui dois tipos, a aguda e a subaguda. No primeiro caso, embora não seja tão comum, o animal deve ser medicado com urgência, sob o risco de vida.
Já a subaguda, também chamada de crônica, mais frequente e menos intensa, o animal manifesta os sinais ao longo do tempo.
Sinais
Os sinais gerais para ambos os tipos de acidoses são:
- Falta de apetite;
- Pouca ruminação;
- Apatia;
- Perda de peso;
- Depressão;
- Alteração na consistência das fezes;
- Laminite;
- Redução do sistema imunológico, o que pode levar o animal a contrair outras doenças.
Entretanto, no estado mais grave da acidose ruminal subaguda, surgem consequências mais drásticas. Por exemplo, a diminuição da produção e da qualidade do leite, laminite, abscessos no fígado. E, ao longo do tempo, problemas reprodutivos como dificuldades de fertilidade.
Nesse estágio, obviamente, já é muito tarde, uma vez que a acidose já se encontra instalada e os transtornos de saúde podem ser irreversíveis.
Tratamento e prevenção do problema
O caminho comum a ser trilhado é o controle alimentar balanceado. Na uma tentativa de manter o PH em níveis corretos, tanto no tratamento quanto na prevenção.
É imprescindível detectar a acidose o mais cedo possível, e, principalmente, tratar e prevenir o quanto antes. Sobretudo, isso significa controlar o PH do rúmen. Especialmente em situações que favoreçam o aparecimento da doença. Por exemplo, como é o caso das dietas ricas em concentrados, períodos de estresse calórico e transição alimentar, entre outros fatores.
As medidas preventivas mais importantes para bloquear a doença é o controle da dieta animal. Por isso, o criador deve evitar mudanças bruscas de alimentos fibrosos para alimentos altamente fermentáveis.
Outra dica importante é na substituição do amido, que pode ser trocado parcialmente por uma fonte de energia de degradação mais lenta. Como subprodutos fibrosos: polpa cítrica, casca de soja, farelo de trigo.
É fundamental que haja fibra suficiente para estimular a mastigação, pois com isso há maior produção de saliva, que tem forte ação no rúmen, evitando as flutuações de PH.
A acidose ruminal pode ser controlada a partir de boas práticas de manejo nutricional e do equilíbrio certo entre carboidratos fibrosos e não fibrosos na dieta.