Anestesia injetável em pequenos animais: entenda as indicações

Anestesia injetável em pequenos animais: entenda as indicações

A anestesia injetável em pequenos animais é indicada para qualquer procedimento cirúrgico, mesmo aqueles considerados mais comuns, como castração e retirada de tártaro na dentição. Assim como nos humanos, cães e gatos necessitam de anestesia para ficarem tranquilos, imóveis e não sentirem dor durante nenhum procedimento, facilitando o trabalho dos médicos veterinários.

Porém, as anestesias injetáveis apresentam riscos e podem ocorrer alguns efeitos indesejáveis. Por este motivo, é fundamental conhecer quais são os tipos de anestésicos e para qual situação ele é indicado. Lembrando sempre que o profissional, seja ele estudante de medicina ou já médico veterinário que trabalha no atendimento de animais de pequeno porte, devem estar atentos aos riscos e ao histórico anterior do cachorro ou gato.

Neste artigo você vai aprofundar seus conhecimentos nas indicações da anestesia injetável em pequenos animais, conhecendo alguns tipos e entendendo a farmacologia dos anestésicos. Saiba mais neste post e boa leitura!

Por que usar a anestesia injetável em pequenos animais?

Os anestésicos injetáveis são os mais usados na medicina veterinária, pois apresentam menor custo e não precisam de aparelho específico. Eles são aplicados via intramuscular ou intravenosa dos animais e, na maior parte das vezes, é usado de uma só vez. Após o procedimento e com o fim do efeito anestésico, se inicia o processo de recuperação. 

Dependendo da escolha do médico veterinário, o retorno da consciência pode durar de alguns minutos a algumas horas. Para saber qual o melhor anestésico injetável em uma prática é preciso avaliar a saúde, a idade e o tipo de cirurgia que será realizada.

Entenda a anestesia geral intravenosa em pequenos animais 

A anestesia geral intravenosa é um tipo de procedimento no qual o paciente recebe a anestesia por meio de um acesso venoso, o cateter, que é direcionado para a corrente sanguínea. Este tipo de anestesia é muito usada em cirurgias ortopédicas e amputação dos membros. 

Durante o processo, o paciente permanece inconsciente, relaxado e com ausência de dor ao estímulo cirúrgico. Com este tipo de anestesia, o animal fica em um estado de sono artificial, portanto é como se estivesse dormindo durante toda a cirurgia. 

É importante levar em consideração a condição do animal. Para animais mais idosos ou cardiopatas há uma certa depressão cardiorrespiratória e outras maneiras podem ser avaliadas. 

Exemplos de anestesias gerais em cães e gatos

Anestesia Totalmente Intravenosa (TIVA)

Mais conhecida como TIVA, a anestesia totalmente intravenosa para pequenos animais é um tipo de anestesia geral muito comum e que utiliza a combinação de agentes administrados exclusivamente por vias intravenosas. Considerada um tipo de anestesia balanceada, ela consiste no uso farmacológico de ações mais rápidas e curtas, sofrendo menos acúmulo de efeitos.

Em comparação com outras técnicas, a TIVA oferece vantagens como recuperação mais rápida, diminuição no risco de toxicidade orgânica, maior estabilidade hemodinâmica e preservação da vasoconstrição pulmonar hipóxica, além de menor contaminação atmosférica e redução da pressão intracraniana.

Outro motivo pelo o uso da TIVA vem se tornando mais popular são as propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos anestésicos, em conjunto com os avanços tecnológicos das bombas de infusão. 

Anestesia Parcialmente Intravenosa (PIVA)

Por outro lado, também existe a PIVA – Anestesia Parcialmente Intravenosa – que consiste no uso de fármacos em infusão contínua adicionado à anestesia inalatória. Alguns benefícios deste tipo de anestesia geral são as chances de menor depressão respiratória, analgesia adicional e recuperação anestésica com menores chances de complicações. 

Outras técnicas de anestesia injetável em pequenos animais e suas características

Anestesia dissociativa

A anestesia dissociativa em pequenos animais é uma das mais versáteis no âmbito da anestesiologia veterinária. Isso se dá ao fato de que ela pode ser administrada por via intramuscular, promove analgesia e tem ampla margem de segurança.

Com o bloqueio dos receptores NMDA e da recaptação de catecolaminas, a principal característica da anestesia dissociativa é deixar o animal em anestesia, mas não em hipnose. 

Essa modalidade permite procedimentos ambulatoriais e superficiais, mas não pode ser feita em cirurgias cavitárias ou ortopédicas, por exemplo. Eles também podem ser utilizados como base da anestesia, gerando agentes de indução, para posteriormente deixar o animal em anestesia geral. 

Anestesia Balanceada

A anestesia balanceada é uma técnica que consiste na associação de fármacos para uso em menores quantidades. O objetivo dessa associação é reunir as vantagens de cada medicamento e minimizar os efeitos prejudiciais à saúde dos mesmos. 

O grande desafio do médico veterinário neste tipo de anestesia é optar pelo balanceamento adequado para cada animal. Afinal, os pequenos animais possuem características individuais que não podem ser deixadas de lado na hora de escolher o melhor fármaco.

Infusão contínua

O principal fármaco utilizado na infusão contínua é o propofol, um anestésico com rápido início para ação e de curta duração, o que o torna ideal para utilização em procedimentos de anestesia total intravenosa. 

Existem diversos métodos de infusão contínua de fármacos anestésicos, todos com o propósito de deixar as concentrações plasmáticas estáveis e suficientes para a abolição de respostas aos estímulos causados pelo procedimento cirúrgico. Ao mesmo tempo, procura-se gerar efeitos depressores cardiorrespiratórios pouco significativos, permitindo que ao final da infusão intravenosa a recuperação anestésica seja rápida e tranquila.

É importante compreender que existem fármacos recomendados para a indução anestésica, mas que não devem ser usados na manutenção da anestesia por infusão contínua intravenosa, podendo causar efeitos cardiorrespiratórios e cumulativos.

Os gatos, por exemplo, têm maior dificuldade de metabolização do propofol e, portanto, seu uso sem associações de outros fármacos, pode tornar a recuperação mais demorada se forem submetidos a longos períodos de anestesia. 

Atualização é um diferencial para anestesistas de animais de pequeno porte

Qualquer procedimento anestésico deve ser planejado por um médico veterinário, pois cada paciente apresenta um plano específico. Fatores como as características gerais do animal, o estado de saúde, exames físicos e complementares e, principalmente, o tipo de cirurgia, deve ser analisado minuciosamente pelo profissional. 

Como você já percebeu, é preciso muito conhecimento para realizar a técnica correta da anestesia injetável em pequenos animais. Por isso, manter as técnicas atualizadas e ter segurança na hora de realizar um procedimento é fundamental para o médico veterinário passar confiança ao paciente. 

Apesar de muitos profissionais no mercado, faltam ainda especialistas no assunto, principalmente aqueles que vão além dos conhecimentos obtidos na faculdade. E, não tenha dúvidas, esta é uma área altamente requisitada, já que anestesistas devem estar presentes em diversos procedimentos de animais de pequeno porte.

Por isso, recomendamos a capacitação prática oferecida pelo CPT Cursos Presenciais. Acesse o link e saiba tudo que você ainda poderá aprender.

Fontes: CPT Cursos Presenciais, Petz, UFLA, Patas da Casa, Pet Love, Geração Pet, Núcleo do Conhecimento, UFRGS e Capes Vet



Atualizado em: 11 de agosto de 2021

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