A transferência de embriões é uma técnica razoavelmente nova no mercado pecuário e vem a cada dia se tornando mais popular e acessível entre os criadores brasileiros.
Sendo uma biotécnica mundialmente difundida e sua importância básica para a produção animal consiste na possibilidade de uma fêmea produzir um número de descendentes superior ao que seria possível obter fisiologicamente durante sua vida reprodutiva.
O primeiro passo para quem quer investir, é a escolha das receptoras, as chamadas barrigas de aluguel. Para o sucesso da transferência existem alguns requisitos:
- Controle sanitário: O estado sanitário dos animais deve ser determinado antes que os mesmos sejam levados para o recinto da central, sendo importante que permaneçam em quarentena para avaliações clínicas e realizações de exames complementares que caracterizem ausência de doenças infecciosas;
- Controle zootécnico: Fator de grande importância e que necessita de uma criteriosa avaliação durante a seleção das fêmeas doadoras;
- Controle nutricional: O estado nutricional e a dieta do animal também contribuem de maneira significativa para o sucesso da transferência, pois, tanto a falta quanto o excesso de energia na dieta afetam negativamente a produção de embriões;
- Seleção das doadoras: A seleção das doadoras é um dos pontos críticos da TE, haja vista a obrigatoriedade de se utilizar animais sem distúrbios reprodutivos, com ciclo estral regular e em adequado estado nutricional. Antes de iniciar o tratamento hormonal para induzir a superovulação é recomendável verificar a identificação correta da doadora e obter uma amostra de sangue para tipificação, necessária para uma posterior comprovação da descendência;
- Seleção das receptoras: o ideal é que sejam aproveitadas fêmeas oriundas da mesma propriedade em razão de se conhecer o histórico reprodutivo de cada indivíduo. Entretanto, na necessidade de se comprar fêmeas destinadas a receptoras, deve-se ter a precaução de adquirir fêmeas com cria ao pé ou novilhas em bom estado de desenvolvimento corporal e com ciclo estral regular.
Somente depois do tratamento com as vacas é feita então a transferência por um médico veterinário, especialista em biotecnologia.
O procedimento é rápido, pois, o embrião não pode ficar muito tempo fora da estufa, onde ele foi preparado.
De acordo com o veterinário Moises Máximo a taxa de prenhez varia muito, depende da relação vaca X touro, mas ela varia de 40% até 60% de prenhez. A cada 100 embriões transferidos, pode-se ter de 50 a 60 receptores que conseguiram conceber o embrião.
A vantagem da transferência de embriões está na quantidade de filhos que ela pode gerar. Pelo método convencional uma vaca produz um bezerro por ano. Pela técnica transferência de embriões, esta mesma vaca pode gerar de 50 a 150 filhos por ano, usando várias receptoras. Especialistas afirmam que a técnica é a mais usada atualmente para quem busca aprimoramento genético.
Os animais produzidos com a utilização da tecnologia são vendidos em feiras e leilões por milhões de reais em todo o Brasil. Quem compra, está interessado em multiplicar as características dos animais.
A exigência mundial para a produção de alimentos seguros tem motivado a pecuária a pensar em ferramentas para acelerar a produção. Isso justifica porque as biotecnologias não param de crescer. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de embriões in vitro, com quase 80% das transferências desses embriões.
Fonte: G1
Adaptação: Revista Veterinária
Curso de Transferência de Embriões em Bovinos