O cão pode ser um excelente aliado no manejo de rebanhos, mas é necessário que ele tenha aptidão de pastoreio. Isso, além de facilitar a vida do pecuarista, pode, também, trazer grande economia. Além da habilidade, o baixo custo para mantê-lo, sendo a alimentação de qualidade a única exigência, é outra vantagem para o produtor que se vale da alternativa.
A raça que detém grande potencial para lidar com criações, além de dedicada e obediente, é a border collie. Resistente e com muita vitalidade e inteligência, esse cão tem capacidade e disposição para agrupar e conduzir animais com bastante agilidade.
Selecionada há mais de um século, em uma região acidentada e de grandes montanhas, de onde se originou, na fronteira da Inglaterra com a Escócia, a border collie é adaptada para trabalhar em terrenos diferentes, desde pistas de laço e pastagens até locais de difícil acesso, com brejos e topografia irregular. Isso lhe confere uma característica bastante peculiar. Com a visão aguçada, coragem de caçador, esperta e rápida no aprendizado de tarefas, essa raça tornou-se excelente para o controle de rebanhos de ovelhas. Por aqui, é adestrada também para trabalhar com bovinos.
No Brasil, desde a década de 1990, a border collie conquistou criadores, que passaram a se dedicar ao desenvolvimento do cão, aprimorando técnicas de treinamento de pastoreio e mantendo o padrão de qualidade por meio de seleção genética. Os frequentes campeonatos contribuem para as avaliações de exemplares que se espalham pelo país, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste.
Criações de ovelhas são as que mais empregam cães border collie para o pastoreio. Por ser dócil, amiga, gostar de crianças, ser fiel e devotada ao dono, é fácil de criar, seja em residências, chácaras, sítios ou fazendas, sendo essa raça igualmente indicada para ser um cão de companhia. Rústico e cheio de vigor, ele não demanda cuidados especiais com saúde, apenas vacinas e vermífugos de rotina.
De aspecto atlético, robusto e alongado, o border collie tem, entre os machos, 53 centímetros de altura na cernelha, enquanto as fêmeas são um pouco menores. A pelagem é de textura média, densa, lisa e moderadamente longa. Vive, aproximadamente 14 anos. É importante que o cão seja oriundo de uma linhagem de exemplares valentes e tenha “força no olhar”, uma expressão muito comum entre os criadores da raça. Ele precisa ter domínio no manejo dos grupos de animais.
O cão border collie possui versatilidade e tolerância a variações de temperatura. Porém, sua atividade torna-se restrita em local onde haja calor extremo. Adapta-se bem ao clima subtropical.
Para criar o border collie, o canil pode ser simples, sem grandes adaptações. De alvenaria e com telhas de barro, baias de 4 metros de comprimento por 1,8 metro de largura, com dormitório de 1 por 1 metro na entrada e solário no fundo, acomodam os cães protegendo-os de ventos e chuvas. As paredes devem ser revestidas de cimento ou azulejos. Com leve inclinação e um ralo na parte mais baixa, para escoar a água da chuva ou da limpeza, o piso de material rústico é o mais indicado para evitar escorregões.
Utilize rações específicas para cada fase de desenvolvimento. Deve-se considerar a qualidade do alimento. Quando filhote, deve-se alimentá-lo três vezes ao dia e uma vez, na idade adulta. Água fresca e de boa qualidade, deve ser oferecida o dia todo.
A partir do segundo cio, ou acima de um ano e meio de idade, é o período ideal para os cães iniciarem a reprodução. O acasalamento mais cedo pode gerar riscos para os filhotes, a mãe e a vida reprodutiva da cadela. A gestação dura cerca de 60 dias e, em média, nascem seis filhotes por ninhada, uma vez por ano. A partir de sete meses de idade, pode ser iniciado o treinamento para pastoreio, com duração de seis meses, em média.
Por: João Mathias
Fonte: globo rural
Adaptação: Revista Veterinária
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