Assim como nós, os animais também ficam idosos e precisam de atenção, carinho e cuidados redobrados durante essa etapa da vida. A diferença é que, infelizmente, eles atingem essa fase bem antes que seus tutores.
Em média os cães se tornam idosos por volta dos oito anos de idade e os gatos, a partir dos dez anos. Porém a conta não é tão simples. “A raça e o porte interferem na expectativa de vida dos cães. Animais de grande porte vivem menos por uma série de motivos e doenças pré-dispostas”, explica a veterinária Ana Lúcia Geraldi.
O termômetro para perceber que o animal já é mais do que um adulto é ficar de olho em seu comportamento e na sua saúde. Nessa fase, uma série de doenças podem complicar sua vida, como catarata, surdez, falta de dentes, artrite, osteoporose, problemas cardíacos, entre outros. O animal diminui o ritmo, fica mais calmo e precisa de mais atenção.
Ancião
Foi o que aconteceu com Pimpa nos últimos anos. O cocker que desafia a expectativa de vida canina está com 16 anos e nenhuma doença, mas já anda devagarinho, meio bambo das pernas. “Das minhas memórias, ele sempre esteve comigo”, conta o estudante Henrique Aquino, que tem a mesma idade que seu cão.
Pimpa já foi um cachorro que não podia ver um portão aberto que saía correndo para rua. Certa vez, perdeu-se, foi encontrado na estrada por outras pessoas e acabou fazendo uma viagem para a cidade de São Paulo antes de reencontrar seus donos em Bauru.
De gênio forte, nunca foi muito manso e até o dedo do tutor ele já mordeu. Porém, hoje em dia, é bem mais calmo e recebe visitas com tranquilidade e uma simpatia de quem guarda muitas histórias em sua memória canina. Porém, ao ver o sobrinho se aproximando da tutora, Cleonice Prado Cavalhieri, mãe de Henrique, mostra que ainda está bem vivo e rosna de lado, cheio de ciúmes.
Cleonice é craque em cuidar de cães idosos. Ela tratou com carinho de uma pinscher que viveu até seus 12 anos de idade e outra cocker, que morreu aos 14. Para ela, um dos segredos dessa longevidade é a higiene. “Troco a água o tempo todo, lavo os potes, não deixo mosca sentar na comida deles”, diz.
Esse pode ser um fator decisivo, mas o que fica claro na relação entre ela e Pimpa é que o segredo da vitalidade vai bem mais além: carinho e paciência que Cleonice dedica ao cocker.
Carinho e respeito
O fato é que a terceira idade animal exige cuidados. “Eles precisam de local adequado para não haver escorregões e fraturas, por causa de osteoporose, rações específicas para idosos, suplementos alimentares e vitaminas“, diz a veterinária Ana Lúcia.
“Hoje a expectativa de vida dos animais aumentou, o mercado pet está em alta, existem vacinas ótimas, alimentação específica, tratamentos alternativos, remédios, exames, veterinários especializados em geriatria. Enfim, um leque de opções, como no caso dos humanos, o que falta é um pouco de consciência dos tutores que, as vezes, se desfazem do seu animal por ele simplesmente estar velho, dando trabalho, e arrumam um novo”, alerta Ana.
Em média, cães vivem até 12 anos, dependendo da raça, e gatos duram aproximadamente 15 anos. Por isso, pense bem, antes de adotar um animal.
Fonte: Site Anfalpet
Adaptação: Revista Veterinária
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