A cisticercose bovina é uma doença que pode trazer muitos prejuízos ao produtor. O animal infectado após abatido pode ter 100% de sua carcaça condenada. Não podendo ser aproveitada para comercialização. Isso depende do grau de infestação da carcaça.
A doença é transmitida ao rebanho principalmente pelo homem. Popularmente conhecida como solitária, a Taenia saginata é um parasita presente no intestino humano. O bovino é infectado quando ingere água, pastagens ou alimentos contaminados por fezes de pessoas portadoras do verme. Junto dos alimentos infectados os bovinos ingerem os ovos do verme, que no intestino do animal se tornam larvas. Estas, ao atravessarem a parede intestinal do bovino, ganham a circulação e migram para os tecidos, onde se encistam e formam os cisticercos (Cysticercus bovis), também conhecidos como "canjiquinhas". Cérebro e musculatura são os tecidos de predileção para a formação dos cisticercos. Quando o homem ingere carne bovina crua ou mal cozida contendo cisticercos viáveis, estes evoluem para a forma adulta do verme no interior do seu intestino, fechando assim o ciclo do parasita.
A incidência dessa doença geralmente é mais intensa em animais confinados. Acredita-se que seja devido a maior contato humano com os animais.
O grande problema é que uma vez instalada a doença geralmente não apresenta sintomas e passará desapercebida aos olhos do produtor, que tomará conhecimento da doença somente no momento do abate. Neste momento já não é possível fazer qualquer tipo de tratamento dos animais e a condenação parcial ou total das carcaças cisticercóticas implicará em prejuízos ao produtor.
O grau de infecção da carne define o destino da mesma, podendo ser o congelamento por 21 dias ou a salga também por 21 dias (sendo liberada somente para aproveitamento condicional – conserva ou salsicha).
Como medidas preventivas contra os parasitas em primeiro lugar esta a conscientização dos funcionários da fazenda. Todas as outras medidas só serão válidas quando estes estiverem cientes da sua importância no controle da doença. É importante também construir fossas sanitárias para evitar a contaminação e garantir que o gado não tenha acesso a locais que recebam o esgoto humano. O tratamento antiparasitário para os funcionários da fazenda é imprescindível, afim de diminuir as chances de ocorrência do parasita no intestino do homem e possível eliminação de ovos nas fezes.
Fique atento produtor, tome as medidas para diminuir o risco de prejuízos.
Fonte: Agron Adaptação: Revista Veterinária