Segundo o professor Marcelo Ribas, alguns aspectos da alimentação e manejo dos animais, são de vital importância, pois interferem,diretamente, no seu consumo, no tocante à alimentação, assim como no seu desempenho.
Porém, difícil é definir sua quantidade. Há que se considerar algumas características no seu cálculo:
1. Palatabilidade dos alimentos utilizados;
2. Frequência de fornecimento da dieta;
3. Método de fornecimento (dieta completa, concentrado separado);
4. Alimentação individual ou em grupo;
5. Frequência de limpeza do cocho;
6. Instalações (espaço de cocho, tipo de piso, sombreamento);
O conhecimento ou a exata predição do consumo é primordial para o correto balanceamento. Quando formulamos uma dieta, trabalhamos com porcentagens de nutrientes, no total de matéria seca, que o animal ingere. Abaixo estão apresentados dois animais com diferentes capacidades de ingestão e qual deverá ser a composição da dieta.
A estimulação do consumo, além de proporcionar maior produção por parte dos animais, permite a substituição de insumos nobres como o milho e o farelo de soja, por subprodutos, com menor teor de energia ou de proteína, ou até mesmo reduzir a proporção de alimento concentrado em relação ao volumoso. Diversas ações de manejo têm demonstrado efeito positivo sobre o consumo de alimento por animais confinados, como o aumento na frequência de trato e a limpeza de cocho. O simples fato de mexer a dieta no cocho já desperta o interesse do bovino que volta a alimentar.
Com relação ao método de fornecimento, a utilização da dieta completa, além de facilitar o balanceamento por garantir que os animais estão consumindo todos os alimentos de forma proporcional, também garantirá um adequado ambiente ruminal. A presença da forragem junto com o concentrado estimula a ruminação e a salivação do animal, o que mantém o pH do rúmen em níveis aceitáveis (5,8 a 6,4) auxiliando assim na prevenção de distúrbios metabólicos como a acidose.
Para propriedades que não apresentam vagão forrageiro (implemento para mistura e distribuição de alimento no cocho) a distribuição e a mistura dos alimentos deve ser feita manualmente pelo funcionário responsável pelo trato dos animais. Quando esta mistura manual não é feita adequadamente ou o vagão forrageiro está desregulado, os animais terão a possibilidade de selecionar alguns ingredientes, o que pode interferir o desempenho e a saúde do animal.
Para as propriedades que adotam o fornecimento de alimentos concentrados separado dos alimentos volumosos, aumenta-se o risco de distúrbios metabólicos, pois a rápida fermentação do amido promove o abaixamento do pH ruminal a níveis críticos (<5,8) em poucas horas.
Nestas condições, devemos utilizar ingredientes (grupo dos aditivos) que auxiliam na modulação do pH como bicarbonato de sódio, óxido de magnésio, ionóforos, virginiomicina, levedura e outros.
Deve-se ter o mesmo cuidado com a mistura dos ingredientes para a produção de concentrados. De nada adianta utilizar ingredientes de alta qualidade se não obtivermos uma ração totalmente homogênea, capaz de fornecer aos animais, diariamente, todos os nutrientes e quantidades adequadas para que possam expressar suas capacidades produtivas. A performance do misturador pode ser alterada devido a fatores como:
• Tempo de mistura;
• Forma e tamanho das partículas dos insumos;
• Massa específica dos ingredientes;
• Partes quebradas ou desgastadas do misturador;
• Quantidade de concentrado em mistura (carga do misturador);
Há várias maneiras de se determinar o tempo ideal de mistura, mas todos os métodos se baseiam em análises de diferentes amostras, coletadas em um misturador em funcionamento e em intervalos regulares de tempo, e em várias partes do misturador.
Autor: Professor Marcelo Ribas Fonte: Curso de Formulação de Dietas e Rações para Bovinos ( leite ou corte) – CPT Cursos Presenciais
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