Não são raros os casos em que o tutor leva seu animal ao consultório veterinário com queixa de descamações na pele. Em situações assim você pode estar diante dos chamados distúrbios de disqueratinização em cães e gatos. Essa dermatopatia pode ser primária, como aquelas ligadas à raça ou secundária, quando a descamação está associada à doença.
Casos dermatológicos são frequentes na rotina veterinária de pequenos animais, portanto é necessário conhecer as manifestações clínicas para diagnosticar corretamente e prescrever o tratamento ideal. Ao longo deste artigo falaremos mais sobre o problema, detalhando situações que podem ser consideradas distúrbios de disqueratinização. Continue a leitura!
O que são estes distúrbios de disqueratinização?
São definidos como distúrbios de disqueratinização quando há alteração na superfície da pele, como descamação, devido a mudanças proliferativas da epiderme, folículo piloso e/ou glândulas sebáceas. A queratina é uma proteína essencial para a pele e é responsável pela proteção do animal. Entretanto, com o distúrbio pode haver um aumento ou uma diminuição da sua quantidade no organismo.
Dessa forma, o problema pode ser dividido em três condições:
- Hiperqueratose: quando há excesso de produção de queratina, o que confere um aspecto grosseiro à pele;
- Hipoqueratose: resultado da diminuição da produção de queratina;
- Disqueratose: queratinização anormal de grupos celulares específicos.
Os defeitos de queratinização podem ser congênitos – mais comum nas raças Cocker Spaniel e Labrador – ou adquiridos, podendo estar associada a doenças alérgicas e doenças infecciosas como escabiose, demodiciose ou leishmaniose e endocrinopatias.
Manifestações clínicas do problema
O principal sinal que um cão ou gato pode estar com algum distúrbio de disqueratinização é o surgimento de descamações na pele, principalmente no dorso. Geralmente as escamações aparecem em tamanhos variáveis. Entretanto, a variação de tamanho dessas escamas são classificadas como: farináceas, furfuráceas, foliáceas e micáceas.
Alguns estudos podem dividir estes distúrbios em disqueratinização ou seborreia. A definição varia de acordo com o grau de oleosidade da pele e dos pelos. Hoje em dia os termos corretos são disqueratinização para os quadros mais ressecados e seborreia para quadros untuosos.
No distúrbio de disqueratinização os quadros apresentados são mais descamativos, crostosos, com as escamas brancacentas e com alopecia circular, pelame seco, sem untuosidade ao toque e sem odor de ranço.
Como tratar casos de distúrbios de disqueratinização
Primeiramente, é necessário diagnosticar corretamente o distúrbio. Durante a consulta, o médico veterinário deve se informar sobre o histórico do paciente, bem como a raça, a idade e os aspectos da vida do cão ou do gato. Também devem ser levados em consideração se o animal pode ter estado em locais que são focos de doenças infecciosas ou dermatológicas.
Vale reforçar que apesar da descamação ser um processo fisiológico natural e que faz parte da renovação das células, ele não é perceptível a olho nu. Portanto, você pode estar diante de um distúrbio de disqueratinização.
Com o diagnóstico em mãos, o tratamento mais indicado para distúrbios secundários é o uso de shampoos queratolíticos, que atuam na camada córnea controlando a descamação e quebrando o excesso de queratina. Ou ainda produtos com queratoplásticos que atuam na camada basal da epiderme diminuindo o índice mitótico e a síntese de DNA.
Já casos que podem estar ligados a outras doenças devem também serem investigadas a presença de patologias endócrinas, como hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo ou problemas com a taxa de hormônios sexuais, além de averiguar a presença de fungos, ácaros e bactérias através de testes parasitológicos de raspado cutâneo.
Saiba mais sobre problemas dermatológicos em pequenos animais
O conhecimento da estrutura da pele, da semiologia dermatológica e das principais doenças dermatológicas que podem acometer cães e gatos é fundamental para médicos veterinários que atuam na rotina clínica. Por isso, seja um especialista com o Curso de Dermatologia em Pequenos Animais e saiba reconhecer qualquer distúrbio de pele encontrado em um consultório!
Fontes: CPT Cursos Presenciais,VETsmart, Apostila Dermatologia em Pequenos Animais.