As doenças oculares em cães são bastante comuns, embora nem sempre sejam diagnosticadas a tempo. O que leva alguns animais a cegueira parcial ou total. Desta forma, os tutores devem sempre observar, diariamente, o seu comportamento. Sobretudo, choques contra a parede ou móveis, tropeços constantes, dentre outros comportamentos, podem ser sinais de que a visão do animal não está bem.
A visão é um sentido muito importante e, o animal portador de doenças oculares necessita de atendimento rápido e adequado. Alergias, infecções, traumas costumam ser alguns fatores que provocam doenças oculares e deixam muitos donos sem saber o que fazer.
Por ser um assunto tão relevante, separamos neste artigo 5 principais doenças oculares comuns em cães. Continue lendo o artigo e confira!
1- Conjuntivite
A conjuntivite, também conhecida como ceratoconjuntivite seca, é uma das doenças mais comuns em cães, causada pela ausência ou má lubrificação da superfície ocular, levando a inflamação da córnea e conjuntiva. Entretanto, esse tipo de doença ocular pode ter várias causas como imunológica, congênita, por efeito colateral de algumas medicações, por doenças neurológicas ou infecciosas.
Os principais sinais são:
- Aparecimento de secreção ocular com cores diversas, como verdes, brancas ou amareladas;
- Perda do brilho da córnea;
- Vermelhidão da conjuntiva;
- Prurido ocular;
- Pigmentação;
- Vascularização da córnea em processos mais crônicos.
Os cães poderão também apresentar sensibilidade à luz, seja essa luz de origem natural ou artificial. O tratamento compreende na utilização de colírios que estimulam a produção de lágrima pelas glândulas lacrimais, e que aumentem a lubrificação do olho. Entretanto, dependendo da causa, a enfermidade pode ser transitória ou será necessário o tratamento para o resto da vida do animal.
2- Glaucoma
O glaucoma ocorre quando os fluidos do olho não circulam ou não são drenados corretamente, se acumulando e causando uma forte pressão dentro do globo ocular, assim, prejudicando a irrigação da retina e nervo óptico e ocasionando a cegueira aguda.
Os sinais são divididos em etapas: aguda ou crônica. No glaucoma agudo, o animal expressa dor no olho acometido, vermelhidão, pupila dilatada e perda dos reflexos e visão. Contudo, o seu tratamento pode salvar a visão do animal.
Já no glaucoma crônico, o animal já está cego do olho afetado e terá um aumento gradual do globo ocular e opacidade de córnea. Seu diagnóstico é feito somente por um oftalmologista veterinário por meio da medição da pressão intra ocular. Sendo fundamental ser realizado o mais rápido possível, assim que os primeiros sinais do glaucoma agudo aparecerem.
Portanto, o objetivo do tratamento desse tipo de glaucoma é trazer alívio ao animal. Normalmente, a enfermidade é bilateral e atinge o outro olho em um período curto de tempo, necessitando ser controlado constantemente.
3- Catarata
A catarata também é uma doença muito comum e é a principal razão da cegueira em cães. Ela resulta na opacificação, ou seja, o esbranquiçamento do olho do animal e ocorre quando há o envelhecimento do cristalino, impedindo a visão do animal. A origem está em grande parte na hereditariedade, mas também pode ser decorrente de choques ou diabetes.
O sinal mais comum é a formação de uma placa esbranquiçada no cristalino. Entretanto, o único tratamento eficiente é procedimento cirúrgico, onde a opacidade do cristalino será removida e a visão do animal é normalmente restabelecida.
4- Úlcera Córnea
A úlcera córnea é comum em cães de todas as idades. Ela é uma erosão na córnea e tende a acontecer por diversos motivos como por exemplo, mal posicionamento dos cílios, contato com substâncias abrasivas, trauma, infecção e como consequência de outra doença ocular. O principal sinal é a presença de sensibilidade do olho afetado, vermelhidão, aumento da frequência do piscar, lacrimejamento, mudança de comportamento, prurido ocular. É essencial prestar atenção a manifestação de um desses sinais, pois é a melhor forma de identificar a doença, assim como é fundamental a avaliação pelo médico veterinário.
Normalmente o tratamento dessa doença é a base de colírios específicos, que resolvem a situação. Já úlceras mais profundas o tratamento cirúrgico pode ser a solução. Em situações mais severas de úlceras o animal pode perder totalmente a visão do olho afetado.
5- Ceratite
A ceratite é proveniente na maioria dos casos de inflamações da córnea, sendo responsável por causar intensas dores. Sua origem está relacionada com possíveis traumas e mau posicionamento dos cílios. O tratamento é realizado com medicação adequada, colírios e medicamentos tópicos como pomadas oftálmicas.
As raças que têm olhos grandes são as que costumam ter maior risco de serem afetadas pela doença.
Raças com alta predisposição à doença
As doenças oculares em cães tendem a afetar algumas raças específicas. Um exemplo são as cães das raças, como:
- Sharpei;
- Pug;
- Shi Tzu;
- Pequinês;
- Lhasa apso;
- Bulldog inglês;
- Boston Terrier;
- Bulldog Francês;
- Chow chow.
As raças que possuem focinho curto e olhos salientes são comumente afetados por doenças oculares. Exigindo assim, cuidados especiais em função da conformação da face.
De qualquer forma, assim como nós humanos, os animais também devem ser submetidos a consultas periódicas com o oftalmologista, no mínimo de seis em seis meses. Somente este profissional está capacitado a emitir um parecer correto acerca das condições oculares do animal.
O profissional da medicina veterinária deve ter, necessariamente, uma especialização em oftalmologia, ou seja, possuir conhecimentos aprofundados acerca da estrutura ocular e capacitação para utilizar os meios necessários para o diagnóstico, tratamento e cura do paciente.
A oftalmologia em pequenos animais é de grande importância e vem demandando por profissionais cada vez mais capacitados para atuar com eficiência e segurança nas clínicas e hospitais veterinários.
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Fonte: Vet quality