Popularmente conhecida como febre do leite ou tetania puerperal, a eclâmpsia em cadelas é uma descalcificação que que ocorre com lactação. De forma simples, isso significa que ocorre uma perda acentuada de cálcio pelo organismo da cadela, o que leva a um desequilíbrio. Assim, cadelas que possuem número maior de filhotes, são as mais propensas a desenvolver a patologia. Sendo as fêmeas que apresentam comportamento agressivo e com maior tensão, também parte do grupo de risco principal.
Infelizmente, a doença pode se manifestar em qualquer fase após o nascimento dos filhotes. Contudo, é mais comumente observada no intervalo até a terceira semana pós-parto. Diante disso, é importante saber reconhecer os sinais dessa doença, bem como suas particularidades de modo a, veterinários e tutores, se manterem alerta.
Neste artigo, vamos abordar mais sobre tais características, além de tratarmos de como é realizado o diagnóstico profissional e o tratamento. Confira!
Sinais da eclâmpsia em cadelas
Para entender melhor como a eclâmpsia em cadelas se manifesta, primeiramente, é preciso considerar que a doença se manifesta aos poucos. Assim, esses diferentes momentos possuem características específicas e que servem como sinalizadores da doença, principalmente se ocorrerem concomitantemente ou com um intervalo curto de tempo entre si.
Assim, os sinais clínicos da eclâmpsia em cadelas são:
- Taquicardia: aumento da frequência cardíaca do animal;
- Taquipneia: aceleração do ritmo respiratório da fêmea;
- Poliúria: alta produção de urina;
- Polidipsia: aumento da ingestão de líquido por parte do animal;
- Vômitos;
- Tremores;
- Fasciculações musculares: contrações pequenas, locais, momentâneas e involuntárias dos músculos;
- Fraqueza;
- Hipertermia;
- Ataxia: incoordenação dos movimentos;
- Agressividade;
- Hipersensibilidade;
- Desorientação;
- Convulsões.
Contudo, é sempre importante destacar que alguns desses sinais, como convulsões, acontecem em casos de eclâmpsia mais severos. Porém, a redução de cálcio no organismo da fêmea é um problema sério, uma vez que pode causa, além de todos os sintomas, catarata, comprometendo a visão. Aliás, o quadro avançado representa muitos perigos para a vida do pet. Assim, é fundamental que o médico veterinário esteja muito bem preparado. Afinal, a eclâmpsia em cadelas representa um quadro complicado em que complicações podem ocorrer com muita rapidez levando o animal a óbito de forma repentina dependendo do estágio da doença.
Algumas raças são mais propensas à ocorrência de eclâmpsia em cadelas
Algumas raças costumam ter um número maior de filhotes, o que faz com que elas sejam mais propensas a desenvolver a eclâmpsia. Isso, porque são maiores as exigências de esforço físico e também o desgaste das fêmeas, inclusive no pós-parto. Assim, as principais raças com risco da doença são:
- Pinscher miniatura;
- Chihuahua;
- Poodle;
- Shi-tzu;
- Toy.
Como é feito o tratamento da eclâmpsia em cadelas?
Inicialmente, é preciso entender que os sinais da eclâmpsia em cadelas não podem ser subestimados. Assim, é importante que tutores e veterinários observem sua ocorrência e levem a sério a possibilidade da doença, uma vez que esta é séria e pode ser fatal. Dessa forma, antes da realização do tratamento, o veterinário deve confirmar o diagnóstico da doença. Essa confirmação é feita por meio dos exames de anamnese, físico e análises laboratoriais que confirmam os baixos níveis de cálcio, seja ionizado ou total, presente no plasma sanguíneo da fêmea.
Em boa parte dos casos, o tratamento é feito pela administração intravenosa, e lenta, de uma solução de cálcio orgânico 10%, sendo a dose total variando entre 3 e 20 ml. Vale apontar que, como sempre, a prevenção é o melhor remédio. Isso porque, mesmo em tratamento, o animal ainda tem riscos de complicações, principalmente cardíacas, já que o cálcio é cardiotóxico.
Assim, para todos os animais tomar cuidado com a alimentação é fundamental, ainda mais com as fêmeas no período pós-parto. O ideal é fornecer ração adequada para as necessidades do animal e, junto a ela, fornecer um suplemento a base de cálcio. A demanda de cálcio aumenta muito durante a gravidez, já que os ossos dos filhotes estão se formando. Além, é claro, do volume de leite que será produzido.
Cuidados importantes no período de lactação
O período gestacional, incluindo o pós-parto e a lactação, merecem alguns cuidados especiais. Isso porque, assim como a eclâmpsia em cadelas, outras doenças podem se manifestar, como a mastite canina, que afeta as fêmeas durante o período de gestação ou mesmo aquelas que passaram por um parto recente. Nesta fase a mãe tem diversas mudanças no organismo, afetando seus nutrientes e hormônios, além de causar uma queda em suas defesas, o que a torna mais vulnerável a ataque de agentes patogênicos.
Assim, prover a alimentação correta e realizar o acompanhamento com o veterinário são fundamentais no período gestacional. Principalmente, para fêmeas de grupo de risco durante a gestação, é uma excelente maneira de prevenir a eclâmpsia em cadelas, ou diagnosticá-la precocemente.
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Fonte: Consulta Dog Vet e Clube para Cachorros