Nutriente de extrema importância, a água raramente é lembrada como um alimento importante. Sua ausência pode provocar sérios distúrbios metabólicos, e em casos extremos, causar a morte do animal.
O consumo diário depende de diversos fatores, como a quantidade de água contida nos alimentos da dieta, quantidade de matéria seca (MS) consumida, características dos alimentos consumidos, temperatura e umidade ambientes. Devido a esses fatores, a quantidade de água consumida por diferentes categorias animais, em diferentes situações, é bastante variável.
Para bovinos de corte, os requerimentos de água podem ser expressos de diversas maneiras: por unidade de peso vivo, unidade de peso metabólico, unidade de matéria seca ingerida, em relação à energia ou proteína ingerida, ou em relação à temperatura ambiente (Taylor & Field, 1999).
A relação de quantidade de água consumida por quantidade de matéria seca ingerida, pode falhar nos casos de estresse térmico devido a altas temperaturas. Nesses casos, podem levar à queda da ingestão de alimentos, enquanto a ingestão de água continua aumentando com a elevação da temperatura.
Segundo Taylor & Field (1999), acima de 27oC, pode começar a haver queda da ingestão de matéria seca e aumento contínuo da ingestão de água.
Como os bovinos não possuem uma reserva de água, ela é reabsorvida de alguns tecidos, como o músculo, causando diversas alterações no organismo do animal. O primeiro sintoma da restrição de água é a diminuição na ingestão de alimentos. Ocorre drástica queda na ingestão, logo após o início da restrição, prolongando-se por dias. Esses acontecimentos mostram a importância do planejamento da quantidade de água disponível aos animais confinados.
A frequência de ingestão de água é altamente relacionada às características da dieta. Gramíneas com maiores proporções de sal promovem maior número de vezes que os animais bebem água por dia. Matrizes de corte a pasto com água disponível (próxima e de fácil acesso), normalmente ingerem água de 2-5 vezes ao dia. Já para animais confinados, com água de boa qualidade disponível, são feitas frequentes ingestões durante o dia, principalmente com temperaturas acima de 20oC (Hancock, 1953). Porém grandes variações são observadas, principalmente em relação à temperatura e à raça do animal, sendo que os taurinos ingerem aproximadamente 10% a mais de água que os zebuínos.
Autor: Beefpoint André Alves de Souza (Dr. Nutrição e Produção Animal)
Adaptação: Revista Veterinária
Conheça o Curso de ManejoNutricional de Gado de Corte