A inseminação artificial em equinos é definida pelo processo de deposição do sêmen do garanhão no sistema genital da égua, por meio de manipulação artificial. Contudo, isso é simplificar muito essa técnica vastamente usada na criação de cavalos. Para se ter ideia da sua evolução, o primeiro registro do seu uso data do Século XIV, por um chefe árabe. A história conta que, desejando obter um produto do garanhão do chefe inimigo, ele excitou o animal com algodão embebido com secreções de uma égua em cio, transferiu o sêmen colhido, também em algodão, para o interior da vagina de outra égua em cio, e obteve um produto.
Porém, deste ‘pequeno furto’ até a inseminação artificial realizada hoje em dia, passaram-se muitos anos e a técnica se desenvolveu. Atualmente, como parte da execução da inseminação artificial em equinos está o monitoramento e planejamento para execução no momento adequado do ciclo estral fêmea. Dessa forma, as taxas de prenhez obtidas no processo são muito mais altas do que quando não realizado o acompanhamento do ciclo da égua. Outro ponto de evolução da técnica, vem do tratamento que o tratamento do sêmen recebe após a coleta.
Neste artigo, vamos abordar as vantagens da realização da inseminação artificial em equinos e algumas de suas particularidades, que podem impactar diretamente nos resultados de melhoramento do plantel. Confira!
Vantagens da inseminação artificial em equinos
A inseminação artificial em equinos é uma técnica que evoluiu visando melhorar os resultados obtidos, ou seja, as taxas de prenhez das éguas após o processo. Assim, tendo em mente o melhoramento genético dos potros, os procedimentos foram sendo moldados para que não só as características desejadas fossem obtidas, mas também a reprodução fosse mais eficiente.
Ademais, a inseminação artificial apresenta diversas vantagens para os criadores e veterinários de equinos. A seguir, listamos as principais vantagens dessa técnica:
- Redução dos riscos de disseminação de doenças sexualmente transmissíveis, pois o contato sexual direto entre garanhões e éguas reprodutoras é evitado;
- Aumento dos índices de fertilidade. Devido ao maior controle sobre a qualidade do sêmen utilizado e também sobre a sanidade reprodutiva das éguas. Tudo isso, resultando no acréscimo da eficiência reprodutiva;
- Aceleração do processo de melhoramento genético das raças. Em um período normal de estação de monta, através da monta natural, um garanhão poderia cobrir um número máximo de 80 éguas, enquanto através da Inseminação Artificial em equinos, o mesmo poderia fecundar um número muito maior, chegando até 300 éguas. Ou seja, um garanhão de alto valor zootécnico, com qualidades devidamente comprovadas pode, dessa maneira, disseminar seus caracteres desejáveis muito rapidamente, constituindo uma grande vantagem no que diz respeito ao melhoramento genético;
- Redução da possibilidade de injúrias para a égua e o garanhão;
- Utilização de garanhões que tenham desenvolvido hábitos deficientes de cobertura ou que apresentem lesões limitantes (claudicações);
- Identificação de problemas reprodutivos;
- Utilização de éguas impossibilitadas para a monta natural;
- Possibilitação do uso de garanhões que apresentam sêmen de qualidade inferior.
Esses benefícios mostram como a inseminação artificial em equinos é peça chave no desenvolvimento da criação desse animal no Brasil e no mundo. Contudo, para que os benefícios possam ser desfrutados é preciso que o veterinário responsável pela execução dos processos seja experiente. É preciso conhecer bem a fisiologia reprodutiva tanto do garanhão quanto das éguas, só assim o intervalo ótimo para a inseminação é escolhido propriamente e o investimento recompensado com a gestação.
O custo da inseminação artificial em equinos
Uma desvantagem sempre listada por proprietários e criadores são os custos da inseminação artificial em equinos. Como são exigidos alguns processos de manejo reprodutivo e sua execução deve ser conduzida por um médico veterinário, a inseminação artificial é sim um procedimento mais caro que a monta natural. Contudo, seu resultado tende a ser muito mais eficiente, já que graças aos procedimentos de acompanhamento de ciclo estral e condição de saúde dos animais, o veterinário consegue otimizar seus resultados.
Um ponto alarmante porém, é que, em muitos casos, o mau manuseio e armazenamento do sêmen para a inseminação compromete os resultados. E pode, em muitos casos, transformar investimento em prejuízo. Assim, alguns cuidados com o manuseio e armazenamento do sêmen de garanhão são essenciais.
Cuidados com o sêmen podem evitar quedas nas taxas de sucesso
O sêmen utilizado na inseminação artificial em equinos, pode ser colhido por diferentes métodos e tratado de diferentes formas para a utilização. Normalmente, quando a coleta é feita para inseminação já em seguida, o material passa por processos mais simples. Dependendo da espécie, ele é diluído ou mesmo utilizado “in natura”, preservando suas características fecundantes, de modo que seja possível inseminar um número máximo de animais com um só ejaculado.
Quando se refere à utilização geral na inseminação, costuma haver uma diferenciação relativa ao tipo de técnica utilizada na conservação do sêmen. Isso porque, a escolha do método de conservação e armazenamento depende do intervalo entre a colheita e o seu uso na égua. Assim, os métodos mais comuns de inseminação são:
- Inseminação com Sêmen à Fresco: consiste a utilização do sêmen, normalmente acrescido de diluentes apropriados, em um período de até duas horas.
- Inseminação com Sêmen Resfriado: nesta técnica, o sêmen devidamente processado e diluído com diluentes ricos em açúcares, lipídios e antibióticos. Assim, após a diluição, ele é mantido a uma temperatura de aproximadamente 50 ºC e pode ser utilizado por um período de até 48 horas após a colheita sem comprometer sua capacidade fecundante e, consequentemente, os resultados obtidos.
- Inseminação com Sêmen Congelado: após o sêmen ter sido congelado com sucesso, pode ser usado por vários anos, ficando conservado em temperatura de -196 ºC em tanques de nitrogênio líquido.
Vale ressaltar que, nos dois últimos casos, é preciso descongelar ou aquecer o sêmen, antes da inseminação artificial em equinos. Mas atenção, esse processo requer cuidado para evitar ao máximo o comprimento das células pelo choque térmico. Portanto, da coleta do sêmen, passando pela escolha do tipo de inseminação ao momento da inseminação em si, os processos devem ser executados por um médico veterinário responsável.
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Fonte: ABQM