A monitorização anestésica veterinária é fundamental para o sucesso de um procedimento cirúrgico como um todo. Sua base está na inspeção, na auscultação e na palpação do paciente, devendo ser realizado pelo anestesista até mesmo em cirurgias simples.
Durante a monitorização, o veterinário realiza um exame minucioso da função respiratória – levando em consideração a frequência respiratória e o padrão respiratório – da cor das membranas mucosas, do tempo de repleção capilar, da auscultação dos sons respiratórios, auscultação dos sons cardíacos e palpação do pulso periférico.
Sabe realizar uma monitoração anestésica com precisão durante um atendimento veterinário? Entenda a importância desse processo e como o avanço da área tem aprimorado a margem de segurança na realização de cirurgias.
Parâmetros da monitorização anestésica em pequenos animais
O sucesso da anestesia em um procedimento cirúrgico está intimamente ligado à sua adequada monitoração. Alguns parâmetros devem ser observados pelo médico veterinário em pequenos animais neste momento, sendo eles:
- Pressão Arterial
- Eletrocardiograma
- Pressão Venosa Central (PVC)
- Oximetria
- Capnografia
- Temperatura
- Lactato sérico
Pressão arterial: permite avaliar o plano anestésico, sendo um indicador precoce da função cardiovascular. Qualquer fator que altere o débito cardíaco ou a resistência vascular periférica altera a pressão sanguínea.
Eletrocardiograma: monitora a atividade elétrica do coração, detectando arritmias, distúrbios eletrolíticos e isquemias. Alterações na frequência e no ritmo cardíaco são frequentes durante a anestesia, com uma incidência que varia entre 50 e 80%. Bradicardia, taquicardia e contracções ventriculares prematuras (CVP´s) são as alterações mais frequentes.
Pressão venosa central (PVC): parâmetro fundamental em cirurgias com grandes variações de volemia ou quando administrados grandes volumes de soluções, como cristalóides, colóides, sangue e plasma, por exemplo. A PVC é a junção de quatro forças independentes: Volume e fluxo de sangue na veia cava; Distensibilidade e contratilidade das câmaras direitas durante enchimento; Atividade venomotora da veia cava; Pressão intratorácica.
Oximetria: método não invasivo que permite avaliar a saturação de oxigênio arterial, com o objetivo de identificar episódios hipoxêmicos. A oximetria de pulso é um método para mensuração da saturação arterial de oxigênio (SaO2). O seu uso pode alertar antecipadamente uma deterioração do sistema cardiopulmonar antes de ser clinicamente visível, porém vale ressaltar que a oximetria de pulso pode sofrer interferência de vários fatores, dentre eles, a pigmentação e espessura da pele e/ou tecido, colocação da probe.
Capnografia: método não invasivo para mensuração da concentração alveolar de Dióxido de Carbono, permitindo a avaliação da capacidade ventilatória do paciente.
Temperatura: um dos parâmetros mais importantes, visto que a hipotermia é uma das complicações mais comuns no período pré, trans operatório e na recuperação pós operatório. Sua complicação pode levar a diversos problemas como aumento do consumo de oxigênio, queda de pressão arterial, etc.
Lactato sérico: avalia o grau de perfusão tecidual do paciente. As mensurações podem ser realizadas através de analisadores automáticos de gases sanguíneos ou por meio de analisadores portáteis.
Saiba evitar os riscos anestésicos mais comuns
Todo procedimento apresenta risco, principalmente as cirurgias que envolvem anestesia. Os medicamentos utilizados para suprimir a sensibilidade à dor podem causar uma série de efeitos, tais como diminuição da pressão arterial, ventilação insuficiente com diminuição da oxigenação sanguínea, hipotermia, arritmias, entre outros.
Diante disso, a realização da monitoração anestésica veterinária é imprescindível por parte do veterinário. Se você está em busca de conhecimento prático, conheça o Curso de Anestesias em Pequenos Animais e atue com segurança!
Fontes: Universidade de Évora, Portal Educação, CPT Cursos Presenciais, Evoluvet