O cão Hachiko (diminutivo de Hachi, em japonês), nasceu em 1923, no Japão e teve como tutor um professor da Universidade de Tóquio que amava os animais. Desde pequeno, Hachi costumava acompanhar o seu tutor até a estação de trem e voltava ao local no momento do retorno do professor. Em 1925, porém, o tutor faleceu após sofrer um AVC. Mesmo após inúmeras tentativas da família em cuidar do animal, o cão permaneceu na estação do trem até a sua morte em 1935.
A história de Hachi, que ficou conhecido por ser leal ao seu tutor, ganha vida todos os dias quando se ouve na mídia sobre a fidelidade de animais aos seus companheiros humanos.
Outro caso interessante de se destacar aconteceu em setembro deste ano, em Santa Catarina. Clifford é um cão que foi adotado pela família de Gabriel e acompanha o garoto, sua irmã gêmea e mais uma amiga, todos com 11 anos de idade, desde os tempos da creche. Naquela época o cão apenas levava a garotada para a escola, e voltava para casa. Há quatro anos, no entanto, ele leva e espera até o final da aula. Quem trabalha na escola ou passa pelo local já conhece Clifford, que faça sol, chuva, frio ou calor fica sempre na porta da instituição. Mas o que mais impressiona é o carinho que o cão demonstra ao ver Gabriel. O afeto é tanto que é impossível não reparar na relação de amor entre o menino e o animal.
De acordo Luelyn Jockymann, veterinária especialista em comportamento animal, um cão nunca esquece o seu tutor. Ana Luz, protetora de animais, concorda com essa afirmação da especialista. Ela afirma com convicção de que os cães não esquecem seus tutores e, principalmente, quem os ajudou, ela cuida a cinco anos de animais abandonados e é apaixonada por eles. “Todos os cães que doei me reconhecem. Eles demonstram afeto por mim, mesmo após um tempo eles não esquecem”.
Os fatos citados servem para alertar a todos que os animais não são diferentes dos humanos como ainda muitos insistem em afirmar. Eles aprendem a conviver com as pessoas e criam laços. Quando alguém abandona um animal, a sensação que eles têm é de medo e insegurança. Muitos acabam morrendo nos primeiros dias por não saberem lidar com a vida nas ruas.
Segundo Irvênia Prada, veterinária e referência na comunidade científica sobre neuroanatomia animal, as sociedades se formaram com base no modelo antropocêntrico, em que o que importa é somente o bem-estar do ser humano, por isso os animais são tratados dessa forma, como objetos e muitos ainda têm como destino o abandono. “O sistema nervoso dos animais e do homem é organizado segundo o mesmo modelo. De uma espécie animal para outra, existem diferenças anatômicas no sistema nervoso, que atendem às necessidades de cada um deles, mas basicamente, o modelo é o mesmo”.
Assim, dizer que um cão abandonado não se esquece do seu antigo tutor é uma afirmação bem fundamentada. Maria Regina Muller, protetora de animais há 12 anos, não hesita em concordar com esta questão. Para ela, os animais, principalmente os cães, não esquecem seus antigos tutores. Uma de suas “protegidas”, a cadela Mona mesmo após ser doada a reconhecia de longe.
A relação de Hachi e Clifford com seus respectivos tutores é mais um exemplo de que os animais são mais parecidos com os humanos do que muita gente pensa. E a ciência comprova isso
Fonte: Anda
Adaptação: Revista Veterinária
Conheça o Cursos de Nefrologia e Urologia em Pequenos Animais