Alguns animais, dentre eles os cães, podem apresentar o hábito de ingerir fezes, este comportamento para os humanos não é visto como algo normal nem muito bom de apreciar, mas no reino animal não é nenhum preconceito.
O ato de ingerir fezes, seja as próprias ou de outros animais, recebe o nome de coprofagia e as causas são inúmeras: insuficiência pancreática exócrina, enteropatia inflamatória, parasitismo intestinal, hipertireoidismo, diabetes, hiperadrenocorticismo, deficiência nutricional, anemia por deficiência de ferro e doenças neurológicas são algumas das causas clínicas que pode ser citadas, mas na maioria dos casos não é causada por doença e sim por alterações comportamentais.
As principais causas comportamentais de coprofagiasão: limpeza do local onde habitam principalmente cadelas lactentes que ingerem as fezes de seus filhotes, neste caso é considerado um comportamento normal, ou uma “imitação” do proprietário, que faz a limpeza do local; resposta a punição, onde o animal tenta remover indícios de fezes para não receber a “bronca”; comportamento compulsivo; chamar atenção.
O tratamento vai variar de acordo com a causa. Quando existe uma patologia primária essa deve ser tratada clinicamente, e consequentemente a coprofagia interrompe. Já para os casos onde a coprofagia é consequência de uma alteração comportamental, precisa-se modular esse comportamento patológico.
Para tratar a coprofagia por alteração comportamental é bom seguir algumas dicas como:
- Diminuir o acesso do animal às fezes, descartando os dejetos imediatamente, mantendo a limpeza do local onde o animal vive adequado. Higiene é fundamental;
- Evite que o animal o veja limpando as fezes, para que ele não tente imitá-lo;
- Passear com o animal sempre de coleira, para que você possa facilmente retirar o animal de áreas onde já tenham fezes de outros animais ou até afastá-lo das próprias fezes;
- Focinheira e enforcador nos passeios à rua;
- Oferecer recompensas (petiscos, ração, brinquedos…) para o cão quando ele defecar e, com isso, recondicioná-lo a esperar a recompensa em vez de procurar pelas fezes;
- Não deixe seu animal por muito tempo sozinho, carência, solidão e estresse são fatores que podem desencadear o comportamento patológico;
- Substâncias amargas e picantes como quinino, pimenta de caiena ou produtos comerciais destinados ao tratamento da coprofagia podem ajudar, porém os resultados são variáveis de indivíduo para indivíduo.
Consultar um médico veterinário é o mais aconselhável, nos casos de coprofagia, para que ele possa avaliar o caso e assim orientar quanto a melhor maneira de tratar o problema.
Fonte: Cães e Gatos
Adaptação: Revista Veterinária
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