Reatividade- Sistema de seleção que aumenta a produtividade de ovinos

A reatividade pode ser definida como a resposta do animal, diante das situações novas existentes no ambiente, que podem ser as condições climáticas, instalações, práticas de manejo, transporte, o abatedouro, além das relações sociais, sendo uma característica intrínseca do animal, determinada pela interação entre fatores genéticos e ambientais ou, simplesmente, a resposta comportamental do animal ao manejo.

Espera-se que a reatividade tenha implicações importantes sobre características de interesse econômico, tais como o ganho de peso, a produção de leite e a qualidade da carne, sendo que animais mais reativos devem ter desempenho inferior àqueles menos reativos. Portanto, o conhecimento das diferenças de reatividade entre os ovinos favorecerá a seleção de animais mais adequados aos diferentes sistemas de produção.

A partir desse conceito, é possível avaliar os animais por meio de alguns testes, tais como: relação materno-filial, de campo aberto, escore de movimentação na balança, distância de fuga, velocidade de fuga, tempo de fuga e tipos de marcha, mais comumente utilizados em bovinos

Atributos fisiológicos, como a frequência cardiorrespiratória, temperatura corporal e cortisol plasmático, também têm sido amplamente aplicados com a mesma finalidade. Essas metodologias também vêm sendo propostas para avaliar a reatividade de ovinos de corte, a fim de detectar as mais adequadas para a identificação de indivíduos com melhor desempenho e menos reativos.

Em ovinos, especificamente, diz-se que o melhor indicativo da reatividade seria a vocalização, com variações provavelmente associadas à idade e à experiência prévia. Destaca-se que as características comportamentais exibidas na presença de seres humanos seriam adequadas para o uso na seleção.

A partir dos parâmetros genéticos para essa característica será possível avaliar a combinação e a proporcionalidade existentes entre os efeitos genéticos e ambientais, e entre as diferentes medidas comportamentais, também relacionadas ao desempenho produtivo.

Na literatura, trabalhos com bovinos mostram que a reatividade é altamente herdável (GRANDIN, 1998) e, por essa razão, responde à seleção direta.

 Já para ovinos, ainda são poucos os estudos nessa área, porém Blache&Bickell (2010) reportaram coeficientes de herdabilidade para reatividade de baixa a moderada magnitude e concluíram que essa característica é passível de seleção.

Ainda é preciso avançar muito no estudo de tais características tão importantes. Porém, destaca-se como ponto favorável o fato de que os criadores de ovinos de corte não precisam iniciar os trabalhos do zero. Podem sim, e devem utilizar como modelo, os programas bem estruturados de melhoramento genético de bovinos de corte.

Fonte: Farm Point

Por: Priscila R. Tomiso e Laila T. Dias

Adaptação: Revista Veterinária

 

 

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Atualizado em: 10 de fevereiro de 2012

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