Escolher os touros para reprodução é uma tarefa que deve se iniciar cedo. Já no período da desmama o pecuarista deve prestar atenção ao bezerro macho que se apresenta superior em peso, conformação e perímetro escrotal.
A seleção de um bom reprodutor influencia em diversos aspectos da reprodução, com destaque para o melhoramento genético e os índices reprodutivos do rebanho. Porém, é comum encontrar pecuaristas com a seguinte dúvida: quais critérios devem ser levados em conta na hora de avaliar a saúde e aptidão de um animal?
Ao longo deste artigo responderemos essa e outras questões. Boa leitura!
Critérios de um touro para reprodução
Quando bem tratados com nutrição adequada e recebendo boa pastagem, um touro tem uma vida reprodutiva entre 10 e 12 anos. Todos esses elementos favorecem não só uma vida prolongada, mas também uma boa reprodução.
A avaliação de um bom reprodutor deve ser fenotípica e reprodutiva. Quanto aos critérios fenótipos, várias características podem ser observadas, tais como aprumos, cascos, articulações sem defeitos e prepúcio curto para diminuir a incidência de parasitas e lesões no campo. Atributos que indiquem tolerância ao calor, como pelagem curta e pele pigmentada, também precisam ser considerados. O médico veterinário também precisa saber se o animal se enquadra nos padrões raciais estabelecidos pelas associações nacionais das raças. Esse conhecimento pode ser adquirido por meio de vistorias dos técnicos ligados a cada Associação.
Outros critérios também podem ser avaliados, como por exemplo, observar narinas, boca largas, pescoço longo, ombros largos em relação à traseira, além do aparelho reprodutor e testículos saudáveis, bem desenvolvidos e com bom diâmetro escrotal.
A libido e a capacidade de serviço também são pontos que devem ser analisados. Por isso, em relação aos critérios reprodutivos, a fertilidade é um fator de suma importância. O touro precisa ter a capacidade de identificar vacas em cio e realizar a monta. Nesse sentido, o exame andrológico é fundamental para realizar a avaliação clínica.
Como o exame andrológico ajuda na seleção de touros para reprodução
Primeiramente, deve-se saber que o exame andrológico é essencial para compreender a eficiência reprodutiva do rebanho. Sua utilização está diretamente ligada com a seleção dos touros e o acompanhamento de seus desempenhos reprodutivos.
Durante o teste, o médico veterinário inicia sua análise pelas características físicas externas. Em caso de alguma anomalia morfológica, o animal é desclassificado. Na sequência, é realizado o exame do sistema reprodutivo externo e interno. No externo, é observada a conformação dos órgãos reprodutivos, medindo o escroto e os testículos. Os órgãos sexuais internos são avaliados por palpação e ultrassonografia. Por fim, é feita a coleta do sêmen para análise da quantidade e da qualidade seminal. Com o atestado andrológico positivo para a potencial fertilidade do touro, ele é considerado apto para a reprodução.
Alguns proprietários têm o hábito de se preocupar apenas com a fertilidade das fêmeas bovinas, entretanto, por muitas vezes, a fonte do problema pode estar na qualidade do sêmen bovino. Por isso, o exame andrológico deve ser realizado antes da estação de monta e depois da escolha do touro reprodutor.
Dicas importantes para uma bons índices de reprodução
Não adianta possuir um touro com uma boa raça e com características genéticas boas, se esse animal produz poucos bezerros. A subfertilidade de um animal só é identificada através do exame andrológico e realizá-lo antes da estação de monta é uma maneira de evitar maiores prejuízos.
A vida de cobertura de um touro reprodutor tem início em torno de 30 meses de idade até 8 anos. Para seleção de touros para reprodução é essencial que a decisão do pecuarista seja tomada com base em critérios focados para o alcance dos resultados esperados no sistema de produção e em alinhamento com o médico veterinário especialista em reprodução.
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Fontes: Boi Saúde, Embrapa, CPT Cursos Presenciais
