A utilização de protocolos de IATF à base de progesterona e estradiol tem apresentado resultados satisfatórios de prenhez (aproximadamente 50%) em rebanhos taurinos e zebuínos de corte. No entanto, em determinadas situações, tais como deficiência nutricional (baixa quantidade e/ou qualidade da forragem ofertada), pós-parto precoce, animais com baixa condição corporal e primíparas, os resultados da IATF são inconsistentes (Baruselli et al., 2008).
Nesses casos, as pesquisas indicam a importância do tratamento com gonadotrofina coriônica equina (eCG) no momento da retirada do dispositivo de progesterona. Tal suplementação tem apresentado resultados positivos, aumentando a taxa de ovulação e, consequentemente, de prenhez em vacas submetidas à IATF (Bo et al., 2003; Baruselli et al., 2004).
Alguns trabalhos avaliaram a possibilidade de usar o FSH com o intuito auxiliar no desenvolvimento do folículo em animais que apresentam dificuldade de resposta ao protocolo de sincronização para IATF. No entanto, os resultados do uso de FSH em protocolos de sincronização para a IATF são bastante controversos. Santos et al. (2007) observaram que a administração de 10 ou 20 mg de FSH podem melhorar a resposta dos protocolos de IATF em Bos indicus. No entanto, Sá Filho et al. (2009) observaram que o FSH, administrado no dia da retirada do dispositivo de progesterona, apresentou resultados inferiores na taxa de prenhez à IATF comparado ao eCG e desmama temporária.
Recentemente, Sales et al. (2011) realizaram um estudo para avaliar a substituição da eCG pelo FSH como indutor de crescimento final do folículo dominante em protocolos de IATF administrado no dia da retirada do dispositivo. Nesse estudo foram utilizadas 456 vacas Nelore lactantes em anestro. Foram realizadas 5 exames ultrassonográfico (US), foram realizados: D0 para avaliar a presença ou não de CL.
As vacas que apresentavam corpo lúteo foram retiradas do experimento; D8 para avaliar o diâmetro do folículo dominante e distribuir de forma equilibrada entre os três tratamentos: Grupo Controle nenhum tratamento (n=153), Grupo FSH 10mg de FSH (Folltropin®; n=153) e Grupo eCG 300UI de eCG (Folligon®; n=150); D 10 para verificar o crescimento do folículo entre o dia 8 e o dia 10. Tal crescimento estaria relacionado à eficiência ou não dos fármacos. D12 para verificar a taxa de ovulação das vacas nos diferentes tratamentos; D40 para avaliar a taxa de prenhez. Os dados estão apresentados.
Conclui-se que o tratamento com FSH promoveu resultado inferior ao comparado a eCG no suporte do crescimento final do folículo, na porcentagem de vacas que ovularam e na taxa de prenhez em vacas Nelore lactantes em anestro submetidas à IATF. Assim, de acordo com o estudo em questão, a administração de uma dose única de FSH no momento da retirada do dispositivo de progesterona não foi uma boa alternativa para substituir a eCG em protocolos de sincronização da ovulação.
Autor: José Nélio de Sousa Sales
Fonte: Ourofino
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