O avanço das biotecnologias voltadas para a reprodução equina trouxe diversas possibilidades aos criadores destes animais. Como, por exemplo, a Transferência de Embriões (TE) em equinos, método que consiste, basicamente, em colher o embrião de uma égua doadora para outra receptora.
Essa técnica tem como principal meta o aprimoramento genético da raça dos animais. Entretanto as possibilidades não se esgotam neste quesito. Ela pode ser aplicada para se obter diversas vantagens na reprodução equina, aumentando a eficiência do plantel.
Conheça agora as principais!
Produção de mais de um potro por ano por fêmea
Atualmente a transferência de embriões em equinos é a técnica mais acessível e que proporciona melhor aproveitamento de uma doadora. Ela multiplica seu material genético, permitindo a geração de mais de um potro por ano.
Nessa biotécnica, as doadoras são submetidas ao tratamento hormonal, o que gera múltiplas ovulações (chamada superovulação). Assim, é possível que mais de um óvulo seja fecundado gerando mais de um embrião anual dessa doadora.
Portanto, é possível gerar vários descendentes de uma mesma doadora de material genético valioso. Isso sem, necessariamente, fazer com essa égua passe pelo desgaste de uma gestação.
Obter potros de fêmeas valiosas sem comprometimento de saúde ou rendimento
Como já apresentamos, as doadoras são éguas de alto valor genético. Ou seja, são animais valiosos e que apresentam características desejáveis em descendentes.
Porém, a gestação representa um desgaste do animal. Esse processo gera alterações naturais no corpo da fêmea, podendo oferecer comprometimento à saúde ou ao rendimento esportivo do animal.
Usando a TE em equinos, é possível que fêmeas valiosas sejam requisitadas apenas como doadoras. Isso significa que, apesar de passarem por procedimentos hormonais, elas não submetidas ao estresse corporal da gestação completa.
Assim, no caso de animais atletas, não há comprometimento do desempenho do animal.
Outro ponto positivo do uso dessa biotécnica de reprodução equina é no uso de éguas idosas. A transferência de embriões em equinos permite que a vida reprodutiva de uma égua idosa valiosa seja prolongada.
Quando usadas como doadoras, a saúde do animal é mais preservada. Assim fêmeas idosas de alto valor podem produzir descendentes por muito mais tempo.
Escolha de sêmen de alta qualidade sem necessidade da monta
A transferência de embriões em equinos pode ser feita de duas maneiras: após a monta natural ou por inseminação artificial (IA).
Quando a inseminação artificial é definida, é possível escolher o sêmen do garanhão que possua as características genéticas desejadas, sem a necessidade monta. Assim, você não expõe os animais a riscos durante a cobertura.
Utilizando a IA para gerar os embriões, é possível o uso de sêmen de garanhão congelado para os procedimentos.
Opção de compra e venda de embriões de éguas e garanhões a sua escolha
Outra grande vantagem dessa biotécnica é conseguir realizar a compra dos embriões baseada no material genético da doadora e do garanhão. Assim, é possível prever as características dos descendentes.
Para quem vende o embrião, é possível atestar a qualidade da prole com base apenas na ascendência dos progenitores escolhidos.
Porém alguns pontos devem ser levados a fim de evitar afetar a taxa de prenhez. É preciso que o sêmen seja boa qualidade (não bastando apenas o valor genético), além de ter sido armazenado de forma correta para a inseminação.
O mesmo vale para os embriões produzidos. Afinal, sem a armazenagem correta, há comprometimento da taxa de prenhez.
Além das vantagens que listamos, existem muitas outras que podem ser atingidas por meio da transferência de embriões. Tais como:
- avaliação da progênie materna em um curto espaço de tempo;
- obtenção de produtos de fêmeas que possam apresentar problemas de gestação, mas com alto valor genético;
- uso de éguas de baixo valor zootécnico como receptoras; entre outros.
Porém, existem diversos outros detalhes da transferência de embriões em equinos que devem ser levados em conta para que a biotécnica seja aplicada ao seu plantel. Todo esse processo deve ser realizado por um profissional especializado, por meio de um minucioso planejamento, de modo que as éguas doadoras e receptoras sejam constantemente monitoradas por meio de análises clínicas e utilização de exames ultrassonográficos.
O conhecimento amplo sobre o assunto faz toda diferença no sucesso do melhoramento genético animal. Quer se capacitar na área? Conheça o Curso Prático de Transferência de Embriões em Equinos!
Fonte: Blog Mundo Veterinário, Portal Escola do Cavalo e Criar e Plantar