A técnica de palpação retal em bovinos é utilizada desde o início do século XX. O diagnóstico de prenhez permite determinar a existência e duração da gestação. Para a segurança do bovino o uso da técnica de palpação retal é feita a partir dos 45 dias após a monta natural ou inseminação artificial. Na década de 80, este diagnóstico passou a contar com o auxílio da técnica de ultrassonografia, possibilitando um diagnóstico mais precoce.
A palpação retal facilita o manejo dos animais, previne gastos desnecessários e possibilita uma avaliação mais rápida da eficiência dos programas de indução e sincronização de cio utilizado pela propriedade. O conhecimento da existência ou não da prenhez, facilita a tomada de decisões que podem interferir no índice de produtividade.
Ao se estabelecer a prenhez, ocorre uma gama de alterações no organismo da fêmea, por exemplo, os hormonais que podem levar ao não retorno ao cio, entretanto, este fato não é o suficiente para afirmar a existência de uma gestação, pois este não retorno ao estro pode ser devido a outras causas, ocorrem também alterações comportamentais e anatômicas.
Um médico veterinário capacitado é quem deve realizar a técnica de diagnóstico através da palpação retal, a fêmea deve estar contida em estação, de preferência em um tronco de contenção. O médico veterinário deve tomar algumas precauções, como por exemplo, o uso de luvas especiais. Antes do início do exame, recomenda-se a realização de uma inspeção da vulva, e também, ao redor da glândula mamária, pois estes podem apresentar sinais que auxiliam na confirmação do diagnóstico.
Existem alguns sinais que são característicos e exclusivos da prenhez:
- Vesícula aminiótica
- Efeito de parede dupla
- Placentômeros
- Feto
São usadas algumas classificações que ajudam a identificar as fases da gestação, como por exemplo, à proposta por Grunert e Berchtold. Essas fases são:
- Sem sinais evidentes: primeiro mês de gestação. O útero encontra-se localizado na região pélvica e são encontrados cornos uterinos assimétricos vesícula amniótica, efeito de parede dupla, flutuação e corpo lúteo ipsilateral (localizado do mesmo lado onde houve a ovulação).
- Pequena bolsa: do dia 31° ao 60°. Localiza-se também na região pélvica e apresenta as mesmas características da fase anterior.
- Grande bolsa: do dia 61° ao 90°. O útero localiza-se na região pélvica/abdmonial. São observados cornos uterinos com uma assimetria mais acentuada, flutuação, efeito de parede dupla e possibilidade de palpar o feto.
- Balão: do dia 91° ao 120°. Localiza-se na região pélvica/abdominal e as características apresentadas são o aspecto de grande balão, flutuação, placentômeros palpáveis, feto e frêmito arterial.
- Descida: do dia 121° ao 180°. Localiza-se na região abdominal e ventral. As características observadas são cérvice distendida, placentômeros dificultando a palpação do feto , pois o útero já está fora do alcance do examinador.
- Final: do dia 181° ao 280°. Fase em que o útero começa a subir. As características observadas são os placentômeros, o feto é facilmente palpado e o frêmito arterial.
Fonte: Infoescola
Adaptação: Revista Veterinária
Conheça o Curso de Palpação Retal em Bovinos