Uma técnica bastante usada para o fornecimento de leite para bezerras em aleitamento artificial, visando à desmama precoce, pode ser realizado com baldes, prática usada desde os primórdios da implementação da atividade, para possibilitar economia no processo de criação de novilhas. Por instinto, o bezerro recém nascido estica o pescoço e levanta a cabeça para mamar, mas para receber leite no balde, há necessidade de ensiná-lo a sugar com a cabeça para baixo.
O uso de balde no aleitamento de recém nascidos requer treinamento do animal por uma pessoa pacienciosa, que ensina o bezerro a sugar lentamente o leite. Para tanto, o bezerro é induzido a sugar o dedo, e então a mão é introduzida no balde e quando houver a sucção, o dedo é, lentamente, retirado. O aprendizado pode ser curto ou longo, dependendo do animal. Quando bem conduzido, o método traz bons resultados, e uma das vantagens refere-se ao fato de que a limpeza do recipiente é mais fácil de ser executada.
Bicos colocados em baldes ou em mamadeiras podem ser utilizados para aleitamento artificial por facilitar a tarefa de fornecimento de leite, eliminando o tempo dedicado ao treinamento do bezerro, que, às vezes, pode ser longo e exigir a contenção do animal entre as pernas ou em um canto da baia. Entretanto, exigirão cuidados maiores com limpeza dos recipientes. Apresentam a vantagem de possibilitar ao bezerro exercer um ato reflexo com o pescoço e a cabeça na posição natural.
Quando se usa recipiente com bico, algumas vezes corta-se a ponta ou faz-se a ampliação do orifício, visando acelerar o processo de fornecimento de leite. Essa atitude poderá provocar problemas sérios, pois, se o leite ingerido com sofreguidão entrar pela traquéia pode resultar em infecção pulmonar séria e grande mortalidade. Este problema foi detectado em várias fazendas brasileiras, por falta de orientação dos tratadores.
É importante que o orifício do bico imponha alguma resistência (como o esfíncter da teta), pois o bezerro geralmente executa de 80 a 120 sucções por minuto e consegue criar uma pressão diferencial no canal da teta de cerca de 535 mmHg, o que possibilita um fluxo mais rápido de leite que as ordenhadeiras. Assim, o aumento no volume sugado pela ampliação do orifício do bico, além de reduzir o tempo de sucção, também poderá causar dificuldades na tarefa de criar bem as bezerras.
Fonte: Rural Pecuária
Adaptação: Revista Veterinária
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