Os avanços da tecnologia e dos estudos na rotina de exames possibilitam uma maior aplicabilidade de técnicas específicas no cuidado dos animais. Entre os principais métodos de imagem utilizados está a ultrassonografia veterinária intervencionista.
Diferentemente do ultrassom comum, esta técnica permite realizar punção aspirativa ou biópsia, sendo recomendada para o tratamento de determinada enfermidade, ao invés de cirurgia. Mas, quando tomar essa decisão? Conheça mais sobre a ultrassonografia intervencionista e suas vantagens ao longo deste artigo!
Como funciona o ultrassom intervencionista na veterinária
Diante da busca por procedimentos menos invasivos e que causem estresse ou dor aos animais, a ultrassonografia intervencionista surge como uma técnica que utiliza as imagens ultrassonográficas para guiar instrumentos, como agulhas e cateteres, através da pele, até as áreas lesionadas ou de interesse.
Atualmente, o método é utilizado como uma alternativa às intervenções cirúrgicas, sendo considerada como parte das técnicas minimamente invasivas. O procedimento é aconselhado para drenagem de efusões, cistos e abcessos, introdução de fármacos e contrastes diretamente nos órgãos ou estruturas de interesse.
Este método de ultrassonografia também é utilizado para a coleta do material para realização de exames citológicos, histopatológicos e microbiológicos, fundamentais na determinação de uma série de enfermidades.
O tempo para realização do exame varia entre 15 e 35 minutos, dependendo do temperamento do paciente e do que será feito pelo médico veterinário. Em alguns casos, pode haver a necessidade de sedação ou anestesia local e algum jejum por parte do paciente.
Vantagens e desvantagens da técnica
Comumente aplicada em pequenos animais, o ultrassom intervencionista pode ser usado no baço, coração, fígado, vesícula, tireóide, mama, pulmão, próstata e rim. A principal vantagem é, sem dúvidas, a realização de procedimentos sem necessidade cirúrgica. Além disso, destaca-se:
- Avaliação da movimentação dos órgãos no interior das cavidades em tempo real, permitindo pequenos e rápidos ajustes se necessário ao longo do procedimento;
- Monitoramento constante da agulha no interior da cavidade, permitindo correções rápidas do ângulo da agulha até obter o melhor posicionamento para a biópsia ou aspirado, minimizando o risco de hemorragias;
- Não emissão radiação ionizante, não oferecendo risco biológico para o paciente e nem para o operador, tornando exame relativamente seguro;
- Menor risco de contaminação da cavidade abdominal durante a realização da técnica;
- Redução da dor e dos cuidados pós-operatórios, proporcionando melhor recuperação do animal após o procedimento.
Apesar de oferecer maior segurança para o paciente e menor custo ao proprietário, a ultrassonografia intervencionista na medicina veterinária pode apresentar algumas desvantagens.
O uso da técnica pode ser de difícil realização em animais obesos ou de massas localizadas profundamente, devido à dificuldade de visualização e formação da imagem, e pela dificuldade de atravessar a espessa camada de gordura para inserção da agulha ou cateter.
Além disso, é preciso ponderar sua realização em pacientes com graves distúrbios circulatórios e coagulopatias, medindo-se a importância do exame para a confirmação do diagnóstico em função do risco de sangramentos que o animal correrá ao ser submetido ao procedimento.
Estudos para atuar com ultrassonografia intervencionista veterinária
O uso deste tipo de ultrassonografia, embora seja um recurso extremamente importante, ainda é pouco explorado atualmente na rotina clínica de pequenos animais por falta de especialização de médicos veterinários.
É de suma importância que o profissional saiba analisar a situação e avaliar as reais vantagens e desvantagens para cada paciente. O conhecimento também perpassa pela preparação adequada do animal, pela escolha do material para realização do procedimento e pela avaliação de exames laboratoriais essenciais antes.
Quando realizada por um médico veterinário experiente e bem treinado, as chances de complicações são mínimas. Seja um profissional especialista e aumente seu portfólio clínico com o Curso de Ultrassonografia Intervencionista. Não perca a chance de se manter atualizado frente aos avanços do mercado!
Fontes: Shop Veterinário, Veter Diagnóstico, ESPÍNDOLA. Ramon Freitas,