A urolitíase em cães é uma enfermidade com grande importância na parte clínica veterinária. A doença é caracterizada como um problema do sistema urinário, sendo uma das principais causas para a formação de cálculos urinários, que podem ocorrer desde a pelve renal até a uretra.
Alguns tratamentos nutricionais e farmacológicos visam à dissolução dos cálculos ou o manejo conservativo, entretanto é preciso um diagnóstico preciso por parte do médico veterinário para a tomada de decisão. Os sinais clínicos podem ser variados e ainda existem fatores predisponentes que devem ser levados em consideração.
Conheça ao longo deste artigo algumas características da urolitíase em cães e saiba diagnosticar a enfermidade.
Principais causas e fatores de risco da urolitíase em cães
Os cálculos formados pela urolitíase alteram a fisiologia do trato urinário, variando conforme a sua composição. Os urólitos mais comuns em cães são os de oxalato de cálcio e fosfato amoníaco magnesiano. Animais de 1 a 6 anos e machos costumam ser os mais acometidos pela doença.
Na maior parte das vezes sua formação está relacionada a baixa ingestão de água. Porém, existem alguns outros fatores que podem levar à doenças, tais como infecções do trato urinário, variações no pH urinário, tipo de dieta e, até mesmo, fatores hereditários associados a defeitos congênitos ou lesões adquiridas podem favorecer a formação de cálculos urinários em cães.
Determinadas raças também podem ser mais suscetíveis ao problema. Outra particularidade quando se trata da urolitíase em cães é que ela tende a acometer mais machos do que fêmeas. Isso acontece em função da anatomia da uretra – estreita e longa.
Como diagnosticar a enfermidade?
Nos cães os cálculos uretrais são alojados com uma maior frequência no arco isquiático, ou em um local imediatamente caudal ao osso peniano. A patologia provoca o desenvolvimento de alguns sinais clínicos característicos, porém os sintomas podem variar entre os pacientes. Todavia, os mais comuns são:
- Adipsia: ausência de sede e prolongados períodos sem consumo de água
- Disúria: micção dolorosa e desconfortável
- Hematúria: quantidade anormal de células de sangue na urina
- Polaciúria: aumento da frequência urinária
Durante uma consulta para diagnosticar a urolitíase canina, o médico veterinário fará perguntas ao tutor do animal sobre o histórico do paciente e realizará um exame físico. Também são solicitados exames de sangue e de imagem, sendo o ultrassom o mais indicado.
A uroanálise e a urocultura também são altamente recomendados. A avaliação de pH urinário, da cristalúria, da densidade e se possíveis infecções são causadas por bactérias produtoras ou não de ureases estão entre as principais informações que devem ser analisadas durante a consulta.
Tratamentos para a urolitíase em cães
O tratamento para urolitíase depende da composição do urólito e da sua localização, podendo variar entre métodos clínicos, terapêuticos e cirúrgicos. Independente da opção feita pelo veterinário, o principal objetivo é retirar os cálculos para que estes não evoluam e nem agravem o quadro clínico do paciente.
Logo no início do diagnóstico de urolitíase canina, pode ser indicado uma mudança na alimentação e um aumento na ingestão de água para que os cristais e cálculos sejam expelidos pela urina.
Já em casos avançados nos quais o animal não consegue urinar, o veterinário deve realizar a sondagem uretral. Em situações como estas, o tratamento cirúrgico também passa a ser uma opção.
Uma cirurgia deve ser levada em consideração quando há anormalidades anatômicas, quando a dissolução farmacológica não for possível, quando houver necessidade de cultura da mucosa do trato urinário ou quando os cálculos forem grandes a ponto de causar obstrução uretral.
Visto isso, percebe-se que a urolitíase em cães é uma enfermidade que exige conhecimento especializado em pequenos animais, bem como uma preparação hospitalar por parte do médico veterinário. Para aprofundar seus estudos, o Curso de Nefrologia e Urologia em Pequenos Animais é um grande aliado.
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Fontes: ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Goiânia, v.13 n.23; p. 2016, PUBVET v.11, n.7, p.705-714, Jul., 2017, CPT Cursos Presenciais.