A vermifugação dos bezerros, antes da desmama, somente se justifica para o produtor que comercializa a categoria por peso (quilo vivo) ou envia os animais diretamente para o confinamento, sem passar pela fase de recria. Para quem faz o ciclo completo e abate os animais tardiamente, a aplicação do anti-helmíntico não compensa. Quem assegura é o médico veterinário Ivo Bianchin, especialista em parasitologia e ex-pesquisador da Embrapa Gado de Corte. Desaconselha, ainda, vermifugar multíparas prenhes.
“A pesquisa mostra que não há aumento no ganho de peso das crias, seja pela maior produção de leite das matrizes, seja pela menor infestação de vermes nos bezerros,” afirma.
Para o criador que vende a bezerrada por quilo vivo ou a coloca precocemente no confinamento – e, nesse caso, o peso à desmama se reflete diretamente na engorda – o investimento na vermifugação vale a pena,acredita o consultor.
Em sua argumentação, recorre a experimentos realizados numa fazenda no Mato Grosso do Sul, durante três anos, onde, os bezerros com idade de 3 a 4 meses, tratados com anti-helmíntico, apresentaram um ganho de peso adicional de 5 a 10 kg, na comparação com os que não receberam o tratamento.
“Se o animal for vendido na balança com base no quilo vivo, a vermifugação se mostra uma estratégia muito rentável,” diz.
Outro ponto relevante é o princípio ativo do produto utilizado. Vermífugos de longa ação são mais eficientes, mas seu uso indiscriminado leva à resistência.
“O produtor deve consultar um especialista sobre qual vermífugo utilizar, em que meses e m quais categorias”, sugere.
Autor: Renato Villela
Fonte: Revista DBO
Adaptação: Revista Veterinária
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